Entendendo a Escala de Dureza Mohs (MS) em Telas de Celulares
Ao analisar as especificações de um celular, especialmente os modelos dobráveis, é comum encontrar a menção à escala de dureza Mohs (MS). Consultando as fichas técnicas, nota-se que as telas internas, por exemplo, frequentemente apresentam um nível 5. Isso sugere que os smartphones modernos estão sendo equipados com materiais mais resistentes, mas a escala de Mohs aplicada a telas merece uma explicação mais detalhada.
O que é a Escala de Mohs?
A escala de Mohs mede a dureza de um material e varia do nível 1 ao 10. De forma resumida, ela determina a resistência de um material a ser riscado por outro.
* Um material com nível 1 na escala é extremamente frágil e riscado facilmente.
* Um material com nível 10 é praticamente irriscável.
Essa escala recebeu o nome de Frederick Villar Moss, o mineralogista alemão que a desenvolveu. Ela se baseia em um princípio simples: se um material risca outro, o riscador é mais duro. Por exemplo, se uma caneta de nível 10 risca uma tela, a caneta é nível 10 e a tela é nível 9. Da mesma forma, se a tela risca um material, a tela é mais dura que ele.
Moss utilizou minerais conhecidos para estabelecer os níveis, como:
* Nível 1: Talco
* Nível 2: Gesso
* Nível 3: Calcita
* Nível 4: Fluorita
* Nível 5: Apatita
* Nível 6: Feldspato
* Nível 7: Quartzo
* Nível 8: Topázio
* Nível 9: Corindo
* Nível 10: Diamante
A Escala MS e os Testes de Resistência
Quando observamos testes de resistência de tela, como os realizados com canetas de dureza calibrada, a escala de Mohs é usada para classificar o material. Se uma caneta de dureza 6 risca uma tela, isso significa que a tela tem uma dureza de Mohs 5.
É importante notar que a escala não é perfeita e é empírica, baseada em tentativa e erro. Ao se falar de vidros de celular, como o Gorilla Glass, a tecnologia envolve um vidro tratado para ser mais resistente a riscos, mas que também precisa manter a flexibilidade.
Dureza dos Materiais Comuns vs. Telas
A escala ajuda a entender por que alguns materiais do dia a dia podem danificar telas, mesmo as mais resistentes:
* **Nível 3 (Calcita):** Um material nesse nível pode ser arranhado por uma moeda de cobre. É o caso da tela interna de alguns celulares dobráveis, que possui uma película sacrificial plástica desenhada para riscar de propósito, protegendo o material flexível subjacente. Tentar remover essa película sem assistência especializada pode rasgar a tela flexível real.
* **Nível 4 (Fluorita):** Telas com essa dureza podem ser arranhadas por uma faca de cozinha. Vidros externos, como o Gorilla Glass, geralmente superam esse nível.
* **Nível 5 (Apatita):** Nível que se tornou comum nas especificações de telas externas de smartphones mais recentes. Dificilmente seria arranhado por uma faca de cozinha.
* **Nível 6 (Feldspato):** Poderia ser arranhado por uma liga de aço. Muitos sites usam um canivete dobrado para indicar a resistência entre os níveis 4 e 6.
* **Nível 7 (Quartzo):** O quartzo é um componente comum na areia. Isso significa que poeira comum, que contém quartzo, pode causar micro-riscos ou um aspecto fosco e desgastado na tela com o tempo, mesmo que ela seja resistente a objetos mais duros como chaves ou facas.
* **Nível 8 e 9:** Associados a materiais industriais, como brocas de furadeira comum ou de impacto.
* **Nível 10 (Diamante):** É desproporcionalmente mais duro que todos os outros materiais da escala.
O Dilema da Flexibilidade vs. Dureza
A complexidade ao fabricar telas flexíveis, como as internas de dobráveis, reside no balanço entre resistência a riscos e a capacidade de absorver impactos.
Materiais extremamente duros, como os que se aproximam do nível 9 ou 10, tendem a ser mais frágeis, trincando com impactos (como o vidro comum). Por outro lado, materiais mais maleáveis são mais resistentes a quedas, mas mais propensos a riscos superficiais.
No caso dos dobráveis, a tela interna precisa de flexibilidade para dobrar, o que geralmente implica menor dureza superficial. Já as telas externas utilizam vidros avançados (como Gorilla Glass, Victus, etc.), que buscam alta resistência a riscos sem comprometer a capacidade de sobreviver a quedas.
A escala de Mohs, portanto, é uma ferramenta útil para entender a dureza relativa dos materiais que compõem nossos dispositivos, mas é crucial lembrar que a engenharia de telas envolve balancear essas propriedades de dureza, flexibilidade e resistência ao impacto.






