“`html
Quando um tópico polêmico sobre games surge, geralmente ele envolve lançamentos e questões de preço. Usuários de certas plataformas, como a Nintendo, frequentemente são associados a gostarem de “sofrer” por investirem em ecossistemas que podem ser mais caros.
Recentemente, com o burburinho em torno do que seria o Nintendo Switch 2 e seus próximos lançamentos, surgiu uma discussão sobre o custo dos jogos. Por exemplo, a aquisição de títulos como Mario Kart e Donkey Kong Country no ecossistema Nintendo envolvem valores consideráveis, o que levanta a questão: por que os jogos estão tão caros e, mais importante, eles entregam a experiência prometida pelo preço cobrado?
O Contraponto da Nintendo: Preço Alto, Experiência Completa
É inegável que os jogos da Nintendo, especialmente os títulos first party, como os citados, possuem preços elevados, muitas vezes beirando os R$ 500. No entanto, é necessário reconhecer um ponto crucial ao compará-los com lançamentos de outras desenvolvedoras:
- A Nintendo é, consistentemente, a única ou uma das poucas empresas que cobra um valor alto, mas entrega o jogo completo e funcionando perfeitamente no dia do lançamento.
- No caso de Mario Kart para o futuro Switch 2, ele funcionou perfeitamente desde o primeiro dia, sem bugs evidentes como personagens voando, erros inesperados ou falhas na jogabilidade.
Isso contrasta fortemente com o cenário de outras grandes desenvolvedoras, onde jogos Triple A chegam ao mercado com promessas grandiosas, mas com desempenho abaixo do esperado, necessitando de correções substanciais após o lançamento.
O Caso Cyberpunk 2077: Hype vs. Realidade
Um exemplo notório disso foi o lançamento de Cyberpunk 2077 pela CD Projekt Red. Apesar da expectativa altíssima, do preço de pré-venda caro para a época (equivalente a R$ 450-500 atuais) e das promessas de um jogo revolucionário, a experiência inicial foi deplorável, especialmente nos consoles da geração anterior.
- O jogo apresentava travamentos constantes, frame rates baixíssimos (chegando a 20-25 FPS) e bugs graves, como NPCs desaparecendo ou gameplays essenciais (dirigir um carro) se tornando impossíveis.
- Apesar da história ser excelente e o jogo ser adorado por quem persistiu (inclusive após zerar, o que exigiu múltiplas tentativas para contornar os bugs), a experiência inicial de lançamento foi de um produto inacabado, parecendo um beta.
A CD Projekt Red prometeu recursos que não entregou inicialmente, como o sistema de metrô, o que gerou uma crise de confiança na indústria, levando a ações da empresa a caírem e ao jogo ser temporariamente removido das lojas digitais dos consoles.
Battlefield e o Ciclo de Decepção
Outra franquia frequentemente citada é Battlefield, da EA Games. A série sempre foi elogiada por oferecer uma experiência FPS mais completa que a concorrência, permitindo o uso de veículos como tanques e aviões, além da infantaria.
Contudo, a tendência da EA tem sido cobrar valores cada vez mais altos, sem garantir a qualidade na estreia:
- Battlefield 3, embora hoje seja visto como bom, teve um lançamento criticado por ter menos conteúdo que versões anteriores.
- Battlefield 4 é lembrado como um lançamento desastroso, chegando ao mercado com apenas cerca de 50% da funcionalidade prometida, travando constantemente e exigindo muito tempo para ser corrigido pela desenvolvedora.
- A versão Battlefield 2042 chegou a ter seu preço de lançamento na versão Deluxe beirando R$ 550 ou R$ 600.
O ciclo desses jogos é curto: a comunidade migra para o próximo lançamento assim que ele surge, diferente de títulos como Mario Kart 8 Deluxe, que permanece relevante e recebendo atualizações (como o DLCs recentes), por mais de oito anos.
A Conclusão: Exigência do Consumidor
A grande diferença reside no compromisso com a qualidade no dia um. Enquanto desenvolvedoras como a Nintendo entregam um produto polido, outras demonstram uma “safadeza” em cobrar preços altos (R$ 400-600) por produtos incompletos, esperando corrigir o que deveria estar pronto na data de lançamento.
A revolta do público com lançamentos incompletos, como no caso de Cyberpunk 2077, forçou a CD Projekt Red a melhorar drasticamente o jogo ao longo do tempo. Isso demonstra que, em muitos casos, a única maneira de forçar as grandes empresas a entregarem o que prometem é exigindo o reembolso ou não comprando o produto até que ele esteja em um estado jogável e completo.
É preciso apoiar pequenos desenvolvedores que investem tempo e paixão, pois eles, muitas vezes, entregam experiências ricas, mesmo cobrando preços menores (como um RPG de turno que custa R$ 200 e tem anos de desenvolvimento). A passividade do consumidor em relação a jogos caros e inacabados perpetua esse ciclo prejudicial na indústria.
“`






