Poco F7 5G Review com Prós e Contras: 30 Dias Depois

Análise Completa do Poco F7 Após 30 Dias de Uso: Pontos Fortes e Fracos

Sempre que um novo conteúdo é publicado, há muitos comentários solicitando uma análise aprofundada sobre o Poco F7. Atendendo a essa demanda, apresentamos nossa avaliação completa do aparelho, após utilizá-lo extensivamente durante os últimos 30 dias.

Neste artigo, detalharemos todos os aspectos do dispositivo, tanto os positivos quanto os negativos, além de revelar alguns detalhes ocultos que podem surpreender.

Design e Construção: Um Salto Premium

O Poco F7 representa um avanço significativo em relação ao Poco F6. Ele introduz um design totalmente novo, com construção em vidro e metal que confere um visual único e extremamente premium. Além disso, a marca investiu em um display maior e mais brilhante, um processador muito mais potente, mais RAM na versão base e armazenamento UFS 4.1.

Uma das mudanças mais notáveis é a bateria de carbono de silício, que agora é maior, totalizando 7.550 mAh, e tudo isso sem qualquer aumento de preço. É incomum ver uma marca fazer um upgrade tão generoso, e o Poco merece crédito por isso.

Ao desembalar e começar a usar o aparelho, o design chamou muita atenção. Ele ostenta um visual ousado, dramático e sem rodeios, que é muito expressivo. Se compararmos com os modelos antigos da Poco, a diferença é gigantesca. Enquanto os aparelhos anteriores careciam de personalidade, o F7 atrai olhares. Em algumas ocasiões, pessoas na rua e no metrô chegaram a perguntar qual era o modelo do telefone.

Praticidade e Ergonomia

O design é excelente, mas a praticidade é outra questão. O aparelho é protegido na frente e atrás, e conta com uma classificação IP confiável. No entanto, a traseira é um “ímã de impressões digitais”, e o telefone é largo, pesado e até escorregadio. Devido a esses fatores, optamos por usar o dispositivo com uma capa protetora, o que o tornou ainda mais pesado, atingindo 245g.

Essa massa extra se justifica pelo componente principal: a maior bateria da Índia, com 7.550 mAh, projetada para oferecer a melhor autonomia possível.

Autonomia da Bateria: Expectativas Não Atendidas

Apesar do tamanho colossal da bateria, a duração não é extraordinária. Ela é grande, mas o consumo é rápido. Nos nossos testes de uso normal, a bateria resultou em cerca de 8 horas de tela ligada (Screen-On Time – SOT).

* **Primeiro dia (Uso misto):** 4,5 horas de SOT com 19% de bateria restante. O uso incluiu vídeos no YouTube, aplicativos como Rapido, muita música, Chrome e apps de trabalho (Slack e Notion).
* **Segundo dia (Fim de semana):** Houve uma pequena melhora, atingindo 7,5 horas de SOT com 19% restantes, focado principalmente em assistir a *reels* e vídeos no YouTube.
* **Terceiro dia:** 6,5 horas de SOT com 20% de carga.

Na verificação de *standby* noturna, com dados móveis, Wi-Fi e Bluetooth ligados, houve um consumo de cerca de 5%.

Esperávamos muito mais, pelo menos mais de 10 horas, dada a capacidade da bateria. Em um teste de estresse de drenagem de bateria, o Poco F7 durou apenas 7 horas e 42 minutos, enquanto o Vivo T4 alcançou 9 horas e 46 minutos.

O aparelho recebeu uma atualização de *software*, mas ela não resolveu o problema da bateria. A marca não forneceu um *fix* para a questão, indicando que essa autonomia deve ser a esperada: decente, mas não excepcional.

Carregamento

Felizmente, o carregamento é rápido. O carregador de 90W incluso na caixa consegue encher a bateria em aproximadamente uma hora, o que é um ponto positivo.

Desempenho e Benchmarks

O desempenho é outra área onde o Poco se destaca nos números. O aparelho é equipado com o mais recente processador Snapdragon 8s Gen 4, 12 GB de RAM LPDDR5X e 256 GB de armazenamento UFS 4.1 na versão base, complementado por uma câmara de vapor grande.

Em testes de benchmark, Poco e o concorrente (IU) estão próximos, especialmente no AnTuTu. No entanto, na pontuação de CPU do Geekbench, o IU leva a melhor. Já no teste de GPU do Geekbench e no Solar Bay, o Poco se sai melhor, embora a temperatura registrada seja 10°C mais alta que a do IU.

Experiência em Jogos

O telefone roda praticamente todos os jogos sem problemas. O ponto fraco, contudo, é a falta de recursos dedicados a jogos. Ao comparar os recursos de *gaming* do IU Neo 10 com o Poco F7, este último fica claramente atrás.

Embora o desempenho bruto seja similar devido aos processadores parecidos, para quem joga, o IU é mais vantajoso por oferecer mais funcionalidades de *gaming*.

Em jogos populares:

* **BGMI:** 90 fps.
* **Genshin Impact:** 120 fps com taxa de quadros inteligente (*smart frame rate*).

Após 10 minutos de jogatina, as taxas médias de FPS e as temperaturas registradas foram monitoradas. A temperatura máxima registrada durante os jogos foi de cerca de 44°C. É importante notar que, por ter uma estrutura de metal, a moldura do Poco F7 esquenta um pouco mais durante sessões intensas, ao contrário do IU, que possui uma estrutura de plástico.

Uso Diário e Software

Na maior parte do tempo, o Poco F7 se comportou muito bem no uso diário, sem grandes problemas. Contudo, ocasionalmente, o *software* apresentou falhas:

* Ao alternar entre o WhatsApp e outros aplicativos para verificar mensagens, o sistema encerrava todos os apps em segundo plano, o que ocorreu múltiplas vezes.
* Em uma ocasião, ao tentar pagar um motorista de aplicativo, a tela escureceu de forma aleatória, fazendo-o pensar que o telefone havia desligado.
* Músicas reproduzidas durante a noite eram automaticamente fechadas pelo sistema ao acordar.
* Ao jogar *Clash of Clans* — um jogo não tão exigente —, o telefone ficou extremamente quente, forçando o encerramento do jogo.

Para um *software* estável de lançamento público, esses *bugs* são inaceitáveis.

O aparelho roda o Hyper OS 2.0 baseado no Android 15, com promessa de 4 anos de atualizações de sistema operacional. Ele inclui recursos de IA como escrita, papel de parede dinâmico e editor de galeria, além de suporte para *Circle to Search* e Gemini.

O lado negativo é a grande quantidade de aplicativos pré-instalados e o *Glass Lock Screen*. Embora seja possível desinstalar a maioria dos apps, os *bugs* ocasionais persistem. Outro problema relatado foi a incapacidade de expandir notificações na tela de bloqueio em certas ocasiões.

A marca precisa urgentemente corrigir esses erros, inclusive redesenhando os ícones do sistema.

Conectividade

Em termos de conectividade, o desempenho foi satisfatório. Usando o SIM da operadora AEL, não houve problemas com a conexão 5G nem com chamadas. O dispositivo suporta 14 bandas 5G. Conexões com acessórios via Bluetooth também não apresentaram falhas de alcance ou estabilidade.

As especificações incluem suporte para Bluetooth 6, Wi-Fi 7 e NFC. A porta USB Tipo-C poderia ser mais rápida, mas é aceitável.

Câmeras

As especificações de câmera são:

* Sensor principal de 50 MP Sony IMX 882 com OIS.
* Sensor ultra-angular de 8 MP Omnivision.
* Câmera frontal de 20 MP.

É possível gravar vídeos em 4K a 60 fps com a câmera principal, mas a estabilização deixa a desejar, com trepidações muito notáveis.

As fotos diurnas com a câmera principal são decentes, mas não espere muito em baixa luz ou à noite, pois o processamento de luz não é eficiente.

As fotos de retrato tendem a ser um pouco saturadas, e os detalhes faciais são perdidos. A câmera ultra-angular também tira fotos razoáveis, mas ao dar zoom, a falta de detalhes é evidente. Além disso, há uma diferença de cor significativa entre as câmeras: a principal tem um tom mais quente, enquanto a ultra-angular é ligeiramente fria. À noite, essa disparidade se acentua.

As cores na câmera principal parecem inconsistentes e sem vida. Em comparação, a câmera frontal oferece selfies mais naturais e detalhadas, enquanto a câmera principal parece se esforçar sem sucesso.

Em resumo, a câmera é o ponto fraco do Poco F7; o desempenho é a força.

Veredito Final

Considerando o preço, o Poco F7 faz um trabalho excelente ao entregar o que há de melhor no segmento em termos de:

* Design impressionante e construção sólida.
* Experiência multimídia e tela de primeira linha.
* Números de desempenho imbatíveis.
* Tamanho de bateria gigantesco.

Por outro lado, os pontos negativos que decepcionam são:

* A falta de recursos dedicados a *gaming*.
* A experiência de *software* com *bugs*.
* O aquecimento durante os jogos.
* A autonomia da bateria, que é mal otimizada apesar do tamanho.

Se os *contras* mencionados acima são um problema para você, vale a pena considerar o Icon Neo 10, que oferece desempenho similar com mais recursos de *gaming*, embora com menos armazenamento na versão de entrada.

Após usar o Poco F7 por mais de um mês, essas foram as impressões gerais. Convidamos quem já está utilizando o dispositivo a compartilhar suas experiências nos comentários.