Starship Teste de Voo 11: Tudo o Que Aconteceu em 11 Minutos

Detalhes de um Lançamento Histórico: A Jornada da Starship

O início desta missão foi marcado por uma contagem regressiva precisa, culminando em um “We have liftoff” para o Super Heavy e a Starship. Houve um reconhecimento inicial dos voos históricos que pavimentaram este caminho.

Durante os primeiros momentos, os dados de telemetria indicaram que a pressão da câmara do Raptor estava nominal, com potência e telemetria tanto do propulsor quanto da nave em ordem.

Cerca de 45 segundos após o lançamento, o veículo já estava em voo, com todos os 33 motores Raptor do Super Heavy acesos, enquanto a estrutura fazia seu arco sobre o Golfo. O próximo marco esperado era a passagem pelo ponto de máxima pressão aerodinâmica, conhecido como Max Q.

A Etapa de Hot Staging

Após a transição do Max Q, o foco mudou para o evento crucial conhecido como hot staging, que ocorreria pouco mais de um minuto depois. Neste procedimento:

* Todos os 33 motores Raptor do Super Heavy seriam acesos, enquanto o Super Heavy continuaria subindo.
* Em seguida, todos, exceto três motores centrais do Super Heavy, seriam desligados (uma versão do que é chamado de MECO, ou *Main Engine Cutoff*, embora aqui fosse um corte parcial).
* Os propulsores seriam liberados do adaptador de *hot stage* que conecta a Starship ao Super Heavy.
* A Starship acenderia seus seis motores Raptor para se afastar do Super Heavy e iniciar sua própria trajetória ascendente.

Este processo começou com os motores do Super Heavy começando a desligar em bancos separados, até que apenas os três motores centrais permanecessem ativos para o procedimento.

Confirmando os eventos, houve a ignição da nave (Ship ignition) e, logo depois, a separação de estágios (*stage separation*), seguida pela ignição de *backburn startup*.

Boost Back e Separação do Hot Stage

Com o sucesso da manobra de *hot staging*, o Super Heavy iniciou seu *boost back*.

* **Super Heavy:** 12 dos 13 motores acenderam novamente, e subsequentemente, o número de motores ativos foi reduzido para apenas três, antes de serem desligados ao final do *burn* de retorno. Esta manobra guiou o Super Heavy de volta para a zona de pouso planejada no Golfo.
* **Starship:** Simultaneamente, os seis motores Raptor da nave permaneceram acesos, garantindo a continuação da subida para o espaço.

Após o término do *boost back* do Super Heavy, ocorreu a separação final do *hot stage*. A nave continuaria o disparo de seus seis motores por cerca de cinco minutos, enquanto o propulsor iniciaria sua preparação para o pouso.

Um detalhe notável durante o retorno do propulsor foi o descarte de parte do propelente (*prop dump*) enquanto ele se preparava para a queima de pouso. O *hot stage* seguiu sua trajetória para o splashdown no Golfo, enquanto o booster retornava para o pouso.

Pouso do Booster e Inserção Orbital da Nave

A Starship estava em trajetória nominal, a aproximadamente 20 segundos do início da queima de pouso do propulsor. Esta queima envolveria inicialmente 13 motores, depois reduzidos para cinco para desaceleração, e finalmente para três, antes de todos serem desligados a cerca de 200 metros de altitude, resultando em um pouso mais abrupto.

O sinal de “booster landing burn shutdown” confirmou o fim da fase ativa do propulsor. Foi demonstrada uma sequência de queima de 13 para 5, depois 3, um feito significativo para este voo de demonstração. O Super Heavy atingiu a água no Golfo.

Na sequência, a Starship estava a menos de dois minutos para o SECO (*Second Stage Engine Cutoff*), que estava previsto para cerca de 8 minutos e 58 segundos de voo. A nave estava em uma trajetória suborbital intencional, garantindo o retorno, independentemente do que ocorresse após o desligamento dos motores.

Os eventos seguintes foram:

1. **Terminal Guidance:** Início da fase de orientação final.
2. **Desligamento dos Motores:** Os motores *Aft* (otimizados para vácuo) desligaram primeiro, seguidos pelos três motores centrais.
3. **SECO:** Ocorre o desligamento final dos motores da nave, confirmando a “nominal orbit insertion” (embora em trajetória suborbital controlada).

A Starship estava oficialmente no espaço, com o Super Heavy pousando no oceano.

Objetivos em Órbita: Desdobramento de Cargas Úteis

Enquanto a equipe comemorava os sucessos do propulsor, os olhos se voltaram para a Starship e seus objetivos em voo. O plano incluía o desdobramento de oito simuladores de satélites Starlink V3.

O desdobramento começou suavemente, com o primeiro simulador sendo ejetado após um minuto de espera. Foi notado que os ajustes feitos nos trilhos de lançamento resultaram em uma ejeção muito mais limpa do que em voos anteriores.

Estima-se que a Starship, ao transportar os satélites Starlink V3 mais avançados, adicionará 60 terabits por segundo de capacidade à rede por lançamento, um aumento de 20 vezes em relação ao que cada lançamento do Falcon 9 realiza atualmente.

A queima de pouso da nave (*ship landing burn*) começou em seguida. A sequência de acionamento passou de três para dois motores. Finalmente, a confirmação veio: “Starship is landed” no Oceano Índico.

Apesar de não haver planos para recuperação da nave nesta missão, o sucesso do pouso controlado em uma nova área foi celebrado como um dia incrível, culminando em um voo histórico com todos os objetivos alcançados tanto no propulsor quanto na nave.

Perguntas Frequentes

  • Como funciona o “hot staging”?
    O hot staging é um procedimento onde os motores do segundo estágio (Starship) são acesos enquanto o primeiro estágio (Super Heavy) ainda está ligado e ativo, permitindo uma transição de empuxo mais eficiente antes da separação física dos dois estágios.
  • O que significa “Max Q”?
    Max Q refere-se ao ponto de máxima pressão aerodinâmica que um veículo experimenta durante a subida através da atmosfera. É um momento crítico onde as tensões estruturais são as mais altas.
  • Qual a função da queima de pouso do Super Heavy?
    A queima de pouso do Super Heavy é realizada para desacelerar o propulsor após o *boost back* e orientá-lo para um pouso vertical suave na zona de splashdown pré-determinada no oceano.
  • É possível que a Starship atinja órbita completa nesta configuração de teste?
    Não, neste teste específico, a trajetória foi intencionalmente configurada como suborbital. Isso garante que a nave retorne à Terra mesmo que os motores desliguem após o *SECO*, focando na validação das manobras de voo.
  • Qual a diferença de capacidade de satélites entre a Starship e o Falcon 9?
    A Starship, ao transportar os simuladores V3, visa adicionar 60 terabits por segundo de capacidade por lançamento, o que é 20 vezes mais do que cada lançamento do Falcon 9 realiza atualmente.

Agradecemos por acompanhar os detalhes deste voo impressionante.