Conheça a Whisk: Táxis Aéreos Elétricos e Totalmente Autônomos
O que parece uma aeronave comum é, na verdade, um marco na inovação de transporte. Esta aeronave é totalmente elétrica e completamente autônoma, desenvolvida pela empresa Whisk. A proposta é revolucionária: transportar passageiros para seus destinos em uma fração do tempo que os métodos convencionais levariam, evitando o trânsito terrestre.
A Whisk foi fundada em 2010 e, desde então, realizou quase 2.000 voos de teste. Em 2023, a Boeing adquiriu a startup, após anos como investidora. Os táxis aéreos da Whisk são projetados para cobrir distâncias de 90 milhas náuticas (aproximadamente 167 km) a velocidades de até 120 nós.
A bordo, o conforto é uma prioridade, com amenidades como Wi-Fi de voo e ar-condicionado, algo que nem sempre é garantido em aeronaves menores. No entanto, o que definitivamente não se encontrará é um piloto; esta aeronave é projetada para ser totalmente autônoma desde o início. A Whisk junta-se a um pequeno grupo de empresas, como Joby e Archer, que estão desenvolvendo táxis aéreos, mas seu foco é lançar o serviço como um modo de transporte autônomo.
A empresa recentemente revelou sua sexta geração de táxi aéreo, que conta com um interior espaçoso e modificado. Uma visita à sede da empresa na Califórnia ofereceu um olhar exclusivo sobre o novo design e os planos de lançamento com passageiros.
Detalhes da Sexta Geração de Aeronaves
A aeronave de sexta geração é a maior já construída pela Whisk, configurada para quatro passageiros. As versões anteriores eram limitadas a um ou dois assentos. Esta nova versão possui uma envergadura de 50 pés, superando todos os modelos anteriores.
A propulsão é garantida por 12 ventiladores de elevação (lift fans). Os ventiladores na fileira dianteira são inclináveis: eles fornecem a sustentação vertical necessária para a decolagem e, em seguida, inclinam-se para a frente para permitir o voo de cruzeiro. Curiosamente, os ventiladores traseiros são desligados durante o voo de cruzeiro, sendo utilizados apenas para a fase vertical da decolagem.
Outro destaque do design é a capacidade de carga. A aeronave possui um “frunk” (porta-malas dianteiro), uma característica incomum em aeronaves, mas muito útil para os passageiros. Este espaço é projetado para acomodar até quatro malas de rodinhas, uma por passageiro, ideal para quem viaja após um voo comercial. Além disso, a cabine interna conta com compartimentos de armazenamento para itens pessoais, como mochilas e bolsas.
A Whisk buscou tornar o embarque e desembarque o mais intuitivo possível, similar à entrada e saída de um SUV ou sedã. Para isso, cada passageiro possui uma porta individual, eliminando a necessidade de se espremer ou passar por cima de outros. A equipe de solo é responsável por garantir que as portas estejam devidamente fechadas.
A Experiência na Cabine
A experiência de sentar na cabine da Whisk se assemelha bastante à de estar dentro de um carro. O interior é equipado com apoio de braço, porta-copos e carregadores. Há também compartimentos para guardar itens menores, como mochilas e bolsas. Esta última geração oferece mais espaço que as anteriores e pode acomodar confortavelmente até quatro pessoas.
O desenvolvimento do projeto tem avançado em direção à produção. Como a aeronave decola e pousa verticalmente (como um helicóptero), ela requer assentos certificados para helicópteros, que possuem um mecanismo especial de absorção de energia para garantir a segurança em caso de pousos bruscos. Os cintos de segurança utilizam um fecho de fivela de companhia aérea, considerado muito intuitivo e acessível, exigindo pouca destreza ou força para serem usados.
Navegação e Segurança Autônoma
A confiança na aeronave autônoma se apoia na clareza sobre sua operação. Uma tela exibe o trajeto de voo, similar ao que se vê em sistemas GPS terrestres. Isso é crucial para que os passageiros entendam a rota, especialmente em áreas urbanas densas com arranha-céus ou em regiões montanhosas, onde o conhecimento do terreno é vital. Essa visualização funciona de forma análoga aos sistemas que mostram outros carros ou pedestres em veículos terrestres modernos.
A tela também apresenta o *safety briefing* (instruções de segurança). Como muitos passageiros costumam ignorar essas informações em voos comerciais, espera-se que, em um ambiente totalmente autônomo, as pessoas prestem mais atenção, já que se trata de um território inexplorado para a maioria. Sacos para enjoo também são fornecidos.
O briefing de segurança destaca que uma câmera monitora constantemente a cabine e os passageiros, garantindo a segurança. Há um botão de chamada tanto na aeronave quanto no aplicativo móvel da Whisk.
A acessibilidade também foi integrada ao projeto, incluindo linguagem de sinais no vídeo de segurança, letras em braile e relevo no corrimão da escada, além de uma plataforma de carregamento para cadeiras de rodas. Os passageiros também podem levar suas cadeiras de rodas a bordo e mantê-las armazenadas ao lado deles.
Embora a sexta geração ainda não tenha voado, o objetivo é colocá-la em testes até o final do ano. No entanto, levará alguns anos até que os passageiros possam embarcar.
Para quem se sente apreensivo com a ideia de voar em uma aeronave sem piloto, a Whisk afirma que sua tecnologia tornará os voos ainda mais seguros. O veículo possui sistemas redundantes a bordo: software, bateria e propulsão são todos *fail-safe* (à prova de falhas), eliminando pontos únicos de falha.
Processo de Viagem e Custos
O processo de utilização será gerido através de um aplicativo móvel, onde o usuário planejará toda a jornada multimodal: como chegar à aeronave, o voo em si e o transporte do ponto de pouso até o destino final. A Whisk planeja parcerias com outras empresas para integrar serviços como patinetes, bicicletas ou caronas por aplicativo em uma única plataforma.
Sobre o custo, espera-se que ele mude com o tempo, diminuindo à medida que o sistema se expande – algo viável graças à natureza autônoma do sistema. Inicialmente, o custo será comparável ao de um serviço premium, como um Uber Black.
Com o tempo, a Whisk planeja expandir a disponibilidade, pousando em locais mais centrais e convenientes chamados *vertaports*. Estes são basicamente heliportos com infraestrutura de recarga, podendo também abrigar comodidades para passageiros, como banheiros e restaurantes. Para o pouso seguro de aeronaves autônomas, sistemas terrestres ajudarão, apoiando os sensores de bordo com supervisão baseada em solo para garantir um pouso seguro.
O carregamento da aeronave leva apenas 15 minutos, o que permite que o tempo de inatividade entre os voos seja comparável ao necessário para desembarcar passageiros e preparar a cabine para os próximos usuários.
A meta é iniciar as operações até 2030, sujeita à certificação da FAA, com os primeiros serviços ocorrendo em Houston, Los Angeles e Miami.
Perguntas Frequentes
- O que diferencia as aeronaves Whisk das outras em desenvolvimento?
A Whisk foca em lançar o serviço como um modo de transporte totalmente autônomo desde o início, em vez de adicionar a autonomia posteriormente. - Como o sistema garante a segurança durante o pouso?
A aeronave se comunica com sistemas terrestres que monitoram a zona de pouso para garantir que tudo esteja livre antes de pousar. - É possível levar bagagem nas aeronaves?
Sim, a aeronave de sexta geração possui um “frunk” (porta-malas dianteiro) que pode acomodar quatro malas de rodinhas, além de compartimentos na cabine para itens menores. - Qual a função do multi-vehicle supervisor?
Este supervisor, que fica no solo, monitora o voo autônomo e pode intervir ou comunicar-se com o Controle de Tráfego Aéreo (ATC) se houver um problema a bordo. - Por que os assentos são certificados para helicópteros?
Como a aeronave decola e pousa verticalmente, ela necessita de assentos com mecanismos especiais de absorção de energia para proteger os passageiros em caso de pousos mais firmes.






