A Teia Complexa de Fornecimento de Componentes: Por Que o iPhone 17 Pode Ter a Tela da Próxima Geração da Samsung Antes do Galaxy S25 Ultra
É comum o cenário onde se especula que o próximo iPhone terá uma tecnologia superior, como uma tela que ainda não foi lançada em um modelo topo de linha da Samsung. Embora pareça contraintuitivo, essa dinâmica já ocorreu em gerações anteriores, como com o S23 Ultra e S24 Ultra, e faz parte da rotina da indústria de tecnologia.
A questão central não é sobre qual empresa é “melhor”, mas sim como funciona a cadeia de suprimentos e os acordos comerciais entre as gigantes do setor.
Samsung Displays e a Dinâmica com a Apple
É um fato conhecido que a Apple, embora projete seus dispositivos e escolha todos os detalhes de formato e especificações, historicamente compra componentes cruciais, como telas, de fabricantes terceirizadas. A Samsung Displays, uma das subsidiárias da Samsung, tem sido uma fornecedora de telas para a Apple por muito tempo.
É importante notar que a Samsung não é uma entidade única; ela possui diversas divisões, desde a que fabrica telas para smartphones até a que produz eletrodomésticos, navios e equipamentos de defesa na Coreia do Sul.
Quando analisamos as gerações de telas, percebemos que elas são entregues em lotes específicos para diferentes fabricantes. Por exemplo, a tela M13 (Geração Mark 13) lançada no Galaxy S24 Ultra permitia o recurso Always On Display avançado, mantendo a tela inteira em baixo consumo de energia.
Essa mesma geração de tela M13, fornecida pela Samsung Displays para a Apple, já estava presente em iPhones anteriores (como o antecessor do iPhone 16 Pro Max). Isso levanta uma questão: por que a tecnologia chega primeiro em um concorrente?
A resposta reside nos contratos firmados entre a Samsung Displays e a Apple. Esses acordos definem qual geração de painel será fornecida e em qual cronograma.
A Sequência de Lançamento de Tecnologias
Observa-se um padrão: uma nova geração de tela é fornecida para a Apple primeiro. Depois, quando o ano civil avança, essa mesma tecnologia (ou uma versão aprimorada dela) é incorporada aos dispositivos Galaxy da Samsung.
No ciclo atual, a tecnologia que está nos Galaxy S24 Ultra e S25 Ultra (M13 melhorada) já representa um salto significativo em economia de energia comparada às gerações anteriores.
Para os próximos lançamentos, especula-se que os novos iPhones receberão a tela M14 (Mark 14), uma tela OLED superior, antes mesmo que os futuros Galaxy S25 Ultra ou S26 tenham acesso a essa versão. Isso reforça a sensação de que o produto lançado no segundo semestre (iPhone) é sempre superior ao lançado no início do ano (Galaxy), pois os ciclos de desenvolvimento e lançamento são distintos.
Negócios São Negócios: Quem Paga a Conta?
O fato de a Apple comprar telas de fabricantes concorrentes, como Samsung, LG ou Sony, é uma realidade comercial. Os negócios são impessoais e visam o lucro e o controle da cadeia de suprimentos.
Um ponto fascinante é que, muitas vezes, são os concorrentes da Samsung que acabam financiando a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do setor de displays. A Apple, ao fazer grandes pedidos de componentes de ponta, ajuda a subsidiar o desenvolvimento de novas tecnologias que, eventualmente, também beneficiarão os produtos Samsung.
O processo de custos de componentes funciona em escala: o custo inicial de produção de mil telas é mais alto, mas com o aumento da escala de produção, o custo por unidade diminui. Quando a tecnologia se torna mais acessível, a Samsung a implementa em seus próprios produtos. Quem “paga” o custo inicial elevado de industrialização é a parceira que compra primeiro — neste caso, a Apple.
Componentes Diversificados: Além das Telas
A dependência de fornecedores não se restringe às telas. Um smartphone moderno é um mosaico de componentes de diversas empresas:
* **Memórias de Armazenamento:** Embora a Samsung seja uma das maiores fabricantes mundiais de memória, ela compete com empresas como Micron. A Apple pode optar por diferentes fornecedores dependendo da disponibilidade e das especificações de desempenho da geração mais recente.
* **Câmeras:** Embora os sensores de imagem frequentemente venham da Sony, o sistema óptico final que vemos no iPhone é resultado de uma integração complexa. Marcas como Hasselblad ou Leica podem estar envolvidas na otimização do conjunto ótico ou processamento de imagem, misturando-se com sensores da Sony. A qualidade final do iPhone reside na implementação da fabricante, não apenas no componente bruto.
* **Conectividade (Modem 5G):** Historicamente, a Apple dependia da Qualcomm para seus modems. No entanto, há relatos constantes sobre a Apple desenvolvendo seu próprio modem proprietário, possivelmente fabricado pela TSMC, para evitar custos de licenciamento com terceiros. O desenvolvimento de chips próprios (processadores, modems) visa aumentar o controle e a margem de lucro da Apple.
A TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company) é citada como a principal fabricante de chips do mundo, responsável pela produção dos processadores da Apple (e de outras gigantes como AMD e Nvidia), seguindo o design enviado pelo cliente.
Portanto, a afirmação de que o iPhone 17 terá uma tela Samsung superior ao S25 Ultra se baseia na realidade de que a Apple geralmente recebe a tecnologia de ponta da Samsung Displays primeiro, devido a acordos contratuais, antes que essa mesma tecnologia seja integrada aos dispositivos da própria Samsung.
Perguntas Frequentes
- O que determina qual geração de tela um iPhone usará?
Os contratos comerciais firmados entre a Apple e a divisão de telas da Samsung (Samsung Displays) definem o cronograma de fornecimento das novas gerações de painéis OLED. - Qual a principal diferença entre a tecnologia M13 e M14 de telas da Samsung?
A M13 é conhecida por otimizar a economia de energia, como o recurso Always On Display completo. A M14, sendo a geração subsequente, promete ser superior, provavelmente oferecendo melhor eficiência energética e maior brilho, conforme o ciclo de aprimoramento da indústria. - Por que a Apple compra componentes de concorrentes como a Samsung?
A Apple foca no projeto e na integração, comprando componentes de ponta de fornecedores líderes de mercado, como Samsung, LG e Sony, para garantir o acesso às melhores tecnologias disponíveis no momento da produção. - É possível um iPhone ter componentes de marcas diferentes no mesmo lote?
Sim, é comum que grandes fabricantes utilizem múltiplos fornecedores (como LG, Sony ou Micron) para um mesmo componente (como telas ou memórias) para garantir a escala de produção necessária e cumprir prazos de entrega. - Qual a importância da implementação de um componente no resultado final de um produto?
A implementação é vital. Um componente de ótima qualidade, como um sensor de câmera Sony, pode ter seu desempenho drasticamente reduzido se a integração, software e processamento de imagem definidos pela fabricante do telefone não forem adequados.






