O Aparelho Fino que Ninguém Pediu: Análise do Conceito do Galaxy S25 Edge e Tendências do Mercado
O cenário dos smartphones parece ter recebido um lançamento inesperado, que não partiu da Apple, mas sim da Samsung: o conceito do Samsung Galaxy S25 Edge. Este nome, em particular, gerou estranheza devido ao histórico da nomenclatura “Edge” ser associado a telas curvas, algo que, ironicamente, a própria Samsung ajudou a popularizar e, posteriormente, a abandonar.
A Curiosa Nomenclatura “Edge”
É interessante notar como a Samsung, que popularizou as bordas curvas com a linha Edge, agora lança um modelo que promete ser notavelmente fino, mas sem as bordas curvas que o termo sugere. Vimos essa nomenclatura em diversos modelos antigos da Samsung e até mesmo em linhas de outras fabricantes, como a Motorola Edge.
O que se especula sobre o Galaxy S25 Edge é que ele representa um celular plano, o oposto do que o mercado viu por um tempo, impulsionado pela própria Samsung. O aparelho, segundo as informações iniciais, seria extremamente fino. Tão fino que até mesmo a porta USB-C estaria raspando na borda, um detalhe que sugere que a espessura foi priorizada ao extremo.
O Dilema da Espessura e o Módulo de Câmera
A crítica central levantada sobre este conceito é a seguinte: quem realmente pediu um smartphone mais fino?
O módulo de câmera continua sendo um “calcanhar de Aquiles” no design dos smartphones, apresentando saliências (“dentinhos”) proeminentes. Essas saliências existem devido à necessidade de espaço físico para os componentes internos das lentes, sensores e, crucialmente, para sistemas de zoom óptico avançados, como o periscópio.
No caso das lentes periscópio, como as vistas em modelos Ultra da Samsung, a luz é refratada lateralmente por um prisma para que a lente possa percorrer um caminho maior dentro do corpo do aparelho. Esta tecnologia, que pode ser otimizada com métodos como o All Ls on Prism (ALoP), permite que a câmera fique “deitada” internamente.
Embora a tecnologia ALoP possa compactar o arranjo das lentes, reduzindo a necessidade de um grande “cook top” na traseira, a espessura final do módulo ainda é um fator físico limitante. O argumento é que, ao tentar deixar o corpo do celular muito fino, as empresas estão sacrificando o espaço que poderia ser usado para componentes essenciais, como uma bateria maior.
A fina espessura, nesse cenário, parece ser uma busca por estética ou uma manobra de marketing (como mostrar um protótipo em uma redoma de plástico antes do lançamento oficial para “furar o olho” da concorrência), em vez de uma demanda real do consumidor.
O Caso dos Dobráveis e a Busca pela Magreza
A discussão sobre a espessura se estende aos celulares dobráveis. Embora seja compreensível que se deseje que um dobrável seja o mais fino possível — afinal, ele empilha dois componentes —, isso não parece ser a principal prioridade de quem compra um dobrável, segundo a percepção apresentada.
A prioridade em dobráveis parece ser a combinação de características de topo de linha, como uma grande bateria e uma tela ampla, mantendo-se próximos da espessura de um dispositivo convencional quando fechados.
Inovação Tecnológica vs. Foco no Consumidor
A tecnologia de baterias, por exemplo, ainda está presa ao Lítio em grande parte dos aparelhos atuais, pois ele oferece a melhor densidade energética, apesar de tecnologias emergentes como Silício-Carbono e Germânio estarem em testes, muitas vezes com desafios relacionados ao inchaço (“estufar”) e estabilidade.
O ponto levantado é que, se as novas baterias fossem significativamente melhores e mais baratas, Apple e Samsung já as teriam adotado amplamente. A insistência no foco na espessura, em vez de aumentar a bateria ou reduzir o custo, sugere que as fabricantes estão focadas em inovações que não correspondem às reais prioridades do consumidor médio, que consistentemente valoriza mais bateria e preço acessível.
A referência a modelos passados, como o histórico “Bandgate” (o problema de dobrar o iPhone 6/6 Plus), reforça a ideia de que celulares excessivamente finos podem comprometer a integridade estrutural, levando a reparos custosos para as empresas.
No fim das contas, o lançamento de um celular ultrfino como o Galaxy S25 Edge, se não vier acompanhado de outras vantagens substanciais (como ser mais barato, ter bateria maior ou a mesma câmera do modelo Ultra), pode representar a busca por uma inovação de nicho, sendo um fator menos relevante para a maioria dos usuários em 2025.
Perguntas Frequentes
- O que é a tecnologia ALoP (All Ls on Prism)?
É uma técnica que utiliza um prisma para desviar a luz lateralmente, permitindo que a lente do periscópio corra paralela ao corpo do celular, ajudando a manter o dispositivo mais fino. - Por que o módulo da câmera ainda é grande nos smartphones?
O tamanho é necessário para acomodar os componentes físicos das lentes, sensores e, principalmente, para permitir o zoom óptico com distância focal e abertura ideais. - É possível que a busca por celulares mais finos resulte em baterias piores?
Sim. Se o espaço interno for dedicado à redução da espessura do corpo em vez de acomodar baterias maiores, o consumidor pode ter uma autonomia reduzida, já que as tecnologias de baterias mais densas ainda não são amplamente adotadas. - Qual a diferença de lançamento de nicho versus lançamento global?
Empresas como a Oppo podem lançar produtos de nicho em regiões menores, facilitando o gerenciamento de eventuais problemas de qualidade. Já Apple e Samsung, ao lançarem globalmente, precisam de maior garantia de funcionalidade e pós-venda estruturada, o que pode torná-las mais cautelosas com inovações arriscadas. - Qual fator é mais pedido pelo consumidor além da câmera?
Pesquisas de público consistentemente apontam a bateria como o primeiro ou segundo item mais solicitado pelos usuários, seguido por características como preço ou tamanho manejável.






