Entenda o Golpe da Selfie e Outras Fraudes Comuns
Recentemente, tem havido um aumento na divulgação sobre o “golpe da selfie”. Embora não seja estritamente novo, ele voltou a viralizar, indicando que muitos continuam caindo nele. É fundamental estar ciente não apenas deste, mas de outros golpes recorrentes, pois são situações em que, muitas vezes, a vítima só percebe após já ter perdido dinheiro.
O Golpe da Selfie e a Autenticação Biométrica
Este golpe se aproveita da autenticação biométrica das vítimas, geralmente sob a pretexto de oferecer algum tipo de brinde ou entrega de encomenda.
A dinâmica é semelhante a golpes mais antigos, onde o golpista se aproxima dizendo que há um brinde ou uma encomenda a ser entregue. O ponto crucial, contudo, é a solicitação de uma foto do seu rosto.
Não se trata de uma foto simples segurando o pacote, mas sim de uma foto frontal do seu rosto, quase como se o golpista estivesse “enfiar o celular na sua cara” para uma validação imediata. Eles alegam que precisam dessa foto para “validar a entrega” ou “autorizar” algo dentro de um ambiente bancário, permitindo, em seguida, que realizem ações indevidas, como a solicitação de empréstimos em seu nome.
Você pode se perguntar: “Se eu só dei uma foto, o que podem fazer com ela?”. O problema reside no fato de que, se você foi vítima dessa abordagem, os criminosos já possuem seus dados.
Como eles obtêm seus dados? É um fato lamentável: se você utiliza qualquer dispositivo conectado à internet, seus dados estão sujeitos a exposição. Quem compra online, em particular, tem maior probabilidade de ter informações vazadas. A foto, combinada com dados que eles já possuem, é usada para tentar burlar sistemas de segurança que utilizam biometria facial.
Como os Golpistas Executam a Captura da Selfie
Os criminosos são criativos ao executar a captura da selfie:
* Simulando a Autenticação Bancária: Eles replicam o processo de validação por selfie que bancos utilizam, onde você precisa segurar o celular à sua frente e ir aproximando a imagem para comprovar que é você mesmo.
* Dispositivo Disfarçado: Para que a vítima não perceba o que está acontecendo na tela do celular usado para a “validação”, eles costumam tampar a tela, deixando apenas a câmera exposta.
* Engano Direto: Em algumas abordagens, eles pedem que a própria vítima segure o celular e tire a foto, sem que ela perceba que a interface sendo exibida não é a de entrega de encomenda, mas sim a do aplicativo do banco ou de algum sistema onde a transação fraudulenta está sendo processada.
É importante ressaltar que, mesmo em situações legítimas onde uma foto precisa ser tirada, é vital garantir que ela não inclua seu rosto ou dados sensíveis. Em uma situação onde a entrega de um brinde parecia real, foi notado um cuidado extremo por parte do entregador: ele tirou apenas uma foto do presente sendo segurado por outra pessoa (não pelo rosto da vítima), afirmando ser apenas para provar a entrega no local. Isso demonstra que, em casos legítimos, há bom senso.
Outras Variações de Golpes
Além do golpe da selfie, existem outras fraudes comuns que merecem atenção:
Golpe do Brinde com Taxa
Este golpe não envolve aplicativos bancários diretamente, mas sim a promessa de um brinde ou presente. A isca é a necessidade de pagar uma “taxinha de entrega”, às vezes algo irrisório como R$ 1,00.
Os golpistas costumam usar maquininhas de cartão:
* Eles podem alegar que o visor da maquininha está quebrado, impossibilitando a visualização do valor exato, e pedem para a vítima passar o cartão.
* Em outros casos, eles nem fornecem o comprovante de pagamento.
A vítima, acreditando estar pagando um valor pequeno, acaba pagando um montante muito maior. Lembre-se: presentes verdadeiros não exigem pagamento de taxas para serem recebidos.
Golpe do WhatsApp (Sequestro de Conta)
Este golpe é aplicado via WhatsApp e costuma focar em vítimas mais vulneráveis, como idosos.
Funciona assim:
1. O criminoso entra em contato com a vítima, geralmente se passando por alguém que ganhou algo, mas precisa confirmar um número que aparecerá em seu WhatsApp.
2. A vítima, sem perceber, informa o código de seis dígitos que aparece na tela inicial do seu WhatsApp para a ativação da conta em outro aparelho.
3. Ao fornecer esse código, o golpista assume o controle da conta.
Prevenção Essencial: Nunca compartilhe códigos de verificação recebidos por SMS ou notificação do WhatsApp com ninguém. Para se proteger, ative a Verificação em Duas Etapas no WhatsApp. Mesmo que o criminoso consiga o código de ativação, ele precisará deste PIN adicional criado por você para acessar a conta, o que impede o golpe. Este PIN de verificação em duas etapas é diferente do código de ativação inicial.
Golpe do Empréstimo Consignado Falso
Este golpe é frequentemente direcionado a pessoas idosas, que podem ser vistas como alvos mais fáceis.
O modus operandi envolve:
1. Contato telefônico ou via WhatsApp, oferecendo condições de empréstimo consignado extremamente vantajosas e “irresistíveis”.
2. Para “simular a proposta”, o golpista solicita dados pessoais (nome completo, CPF, data de nascimento).
3. Após envolver a vítima emocionalmente e psicologicamente, o golpista informa que, para liberar o empréstimo, é necessário pagar uma “taxa” pequena (ex: R$ 20, R$ 30, ou qualquer valor).
A vítima paga a taxa, acreditando estar garantindo o empréstimo, e logo descobre que foi enganada.
Sinais Comuns em Golpes
De forma geral, os golpes tendem a compartilhar características parecidas que servem de alerta:
1. Ofertas Irresistíveis: Tentativas de oferecer algo muito bom, grande ou que “enche o olho”.
2. Senso de Urgência: Pressão para que a vítima resolva tudo rapidamente, sem tempo para pensar (“se você não pagar/tirar a foto, você perde o brinde”).
3. Apelo Emocional: Uso de simpatia excessiva ou manipulação para deixar a vítima sem graça em dizer “não”.
A melhor defesa é sempre a confirmação. Se algo parece bom demais ou exige uma ação imediata e incomum (como fornecer uma selfie para entrega ou pagar uma taxa para receber um prêmio), pare. Confirme a veracidade da situação ligando para o banco, um conhecido ou a instituição real antes de prosseguir.
Perguntas Frequentes
- Como o golpe da selfie utiliza a biometria?
Os golpistas buscam obter uma foto frontal clara do seu rosto, que é usada em combinação com seus dados pessoais para tentar burlar os sistemas de autenticação biométrica de aplicativos e serviços financeiros. - O que fazer se eu receber um brinde surpresa que exige pagamento de taxa?
É um forte indicativo de golpe. Presentes legítimos não exigem que o recebedor pague taxas de entrega ou impostos. Desconfie imediatamente e não realize pagamentos. - Por que os golpistas criam um senso de urgência?
O senso de urgência é uma tática psicológica para impedir que a vítima tenha tempo de raciocinar, checar informações ou negar a solicitação, forçando uma decisão impulsiva. - É possível reverter um golpe do WhatsApp após ter passado o código de ativação?
Se você ativou a Verificação em Duas Etapas (PIN de segurança), o ladrão não conseguirá acessar suas conversas, mesmo que tenha o código de ativação inicial do seu número. - Qual a melhor forma de se prevenir contra o golpe do empréstimo consignado falso?
Desconfie de ofertas financeiras muito vantajosas que chegam por canais não oficiais e, principalmente, nunca pague taxas antecipadas para a liberação de qualquer tipo de crédito.
