Jogos para maiores de dezoito anos banidos: é certo ou hipocrisia?

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Recentemente, uma leva de jogos na Steam, mais de 18 títulos, foi banida. O banimento não ocorreu apenas na Steam, mas também em outras plataformas, como a IO. Esta situação levanta questionamentos importantes sobre o que é certo e errado no mundo dos games e até que ponto devemos chegar nas restrições. Por que isso aconteceu? É sobre isso que vamos conversar neste artigo.

Este é um conteúdo opinativo, então respire fundo. É importante que possamos conversar sobre todos os assuntos, especialmente os polêmicos, pois isso evita qualquer tipo de censura ou amarra. É fundamental que cada um possa expressar suas opiniões, e está tudo bem se houver concordância ou discordância. O principal é saber dialogar sem brigar ou tentar impor o seu ponto de vista.

O objetivo deste artigo é justamente discutir essa questão de forma aberta. Eu mesmo tomei um susto esses dias: do nada, comecei a ver muitas sugestões de jogos +18 na minha interface da Steam, mesmo nunca tendo procurado por esse tipo de conteúdo. Isso me fez questionar se a Steam sempre teve essa opção disponível.

A Polêmica dos Jogos NSFW (Not Safe For Work)

A polêmica recente envolveu a remoção de jogos classificados como NSFW (Not Safe For Work). Embora seja difícil imaginar um ambiente de trabalho onde se está jogando algo explícito, a questão central reside no equilíbrio e nas políticas das plataformas.

Os jogos foram banidos devido à pressão de algumas marcas e grupos. Inicialmente, a pressão foi direcionada às plataformas como a Steam, que, após verificarem o conteúdo, alegavam não encontrar nada ilegal e mantinham os jogos. Contudo, o foco da pressão mudou:

  • Os ativistas passaram a pressionar as processadoras de pagamento (como Mastercard e Visa).
  • A alegação era que essas empresas não poderiam estar financiando jogos que objetificam mulheres ou contêm práticas questionáveis.

Essa pressão resultou na decisão de banir os jogos, sob a justificativa de que as processadoras de pagamento não poderiam se associar a conteúdos que ferem a imagem das marcas ou que vão contra suas políticas.

Pornografia vs. Jogos +18: Uma Análise de Conteúdo

É importante esclarecer a posição pessoal sobre pornografia: sou contra de todas as formas. Existem diversos estudos que apontam os danos da pornografia a longo prazo, afetando a psique e o cérebro. No entanto, existe uma diferença crucial entre o conteúdo pornô e os jogos +18:

  • A indústria pornográfica é frequentemente opressora, especialmente com as mulheres, e utiliza pessoas reais.
  • Jogos, na maioria das vezes, utilizam personagens, não pessoas reais.

O ponto de inflexão na discussão é quando um jogo +18 incita ou utiliza práticas criminosas. Por exemplo, um jogo que permite invadir um vestiário feminino, mesmo que usado como um exemplo leve, não é aceitável, independentemente de pressão externa. Isso já é ilegal e não deveria ser autorizado para publicação.

Entretanto, se um jogo é classificado como +18, mas não infringe nenhuma lei ou apologia a crimes, a proibição em massa parece ser um atalho preguiçoso por parte da plataforma.

O Papel da Steam e a Preguiça da Moderação

Se um jogo já é classificado como +18, ele já deveria passar por uma análise rigorosa. Banir tudo, na minha opinião, é a Steam se eximindo de um trabalho e uma responsabilidade. Eles continuam lucrando com as vendas, mas se isentam de moderar o conteúdo que distribui.

O ideal seria que a plataforma criasse critérios e regras claras para a publicação de conteúdo +18. Se um jogo incentiva crimes ou abuso, deve ser proibido. Caso contrário, o equilíbrio deve ser buscado.

Se compararmos com álcool, tabaco ou apostas – produtos legalizados, mas com alto potencial de dano à vida – percebemos que eles são comercializados sob regulamentações rígidas. A bebida alcoólica já foi proibida, mas hoje é regulamentada, o que não impede seu consumo, mas estabelece limites e avisos (como as fotos de doenças no cigarro).

A proibição total, sem tentar criar regras e fiscalizar, apenas empurra o problema para outro lugar, onde as regras podem ser ainda menores.

A Hipocrisia da Censura

O que mais incomoda neste cenário é a hipocrisia. Sites de conteúdo adulto, que movimentam muito mais dinheiro que a Steam e, sim, contêm abuso pesado, continuam operando normalmente com cartões de crédito.

A discussão se resume a: devemos lutar pela proibição de jogos que induzem ao crime e ao abuso de pessoas. Mas, se o conteúdo é de exploração sexual consensual (dentro do contexto do jogo), sem incitar violência ou crime, a proibição massiva parece ser apenas um modo de se livrar do problema, em vez de evoluir o setor.

A solução não é a censura generalizada, mas sim a conscientização e a criação de regras claras para uma evolução saudável da indústria de jogos.

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