Motorola Moto G15: Vale a Pena em 2025?

Análise Detalhada do Moto G15: Um Dispositivo Básico e Suficiente?

O mercado de smartphones evolui constantemente, com modelos cada vez mais potentes e recursos avançados. No entanto, ainda existe espaço para dispositivos que focam no conceito de “bom ou suficiente”, atendendo às necessidades básicas de forma competente. Neste artigo, examinamos o Moto G15, um aparelho que, apesar de ser considerado um modelo mais básico, apresenta alguns pontos positivos interessantes em sua construção e usabilidade.

Design e Construção

A Motorola mantém sua identidade visual em toda a linha, e o Moto G15 segue essa tendência, parecendo uma versão simplificada de modelos mais avançados, como o Moto E50 Nel.

Um aspecto notável é que a fabricante não economizou em tudo. O dispositivo conta com um furo discreto para a câmera frontal, o que é positivo mesmo para uma tela LCD. A sensação ao manusear o aparelho é agradável, sem bordas excessivamente grandes ou defeitos estéticos aparentes.

A textura traseira imita couro vegano. É importante notar que, tecnicamente, trata-se de um material plástico com acabamento que remete ao couro (vinil), e não couro genuíno. Preocupa-se com a durabilidade a longo prazo, especialmente com exposição ao calor e suor das mãos, mas a ausência do odor forte encontrado em outros materiais plásticos é um ponto a favor.

Essa preocupação com a durabilidade remete a discussões antigas sobre materiais de acabamento, como o Galaxy S5, cuja traseira, embora esteticamente criticada na época, apresentava problemas de desgaste. No caso do Moto G15, o corpo é totalmente de plástico.

Proteção da Tela

O vidro frontal utiliza a proteção **Gorilla Glass 3**. Isso foi considerado um retrocesso, visto que as especificações atuais de modelos mais avançados já estão no Gorilla Glass Victus 2 ou superior. Embora ofereça alguma segurança contra riscos do dia a dia, não garante resistência extrema a acidentes mais graves, como quedas distraídas em ambientes externos.

O aparelho possui certificação **IP5x** (resistência a poeira) e **IPx4** (resistência a respingos de água). Isso significa que ele pode lidar com vento e poeira, ou ser usado brevemente sob chuva leve, mas não é à prova d’água ou totalmente vedado contra poeira fina (o que só é garantido a partir do IP6x). Derrubá-lo na areia, por exemplo, continua sendo problemático.

Tela

O Moto G15 apresenta uma tela **IPS LCD** de **6,72 polegadas**, considerada grande, especialmente quando comparada aos modelos topo de linha atuais (que giram em torno de 6,9 polegadas).

A resolução é **Full HD+** (aproximadamente 1080 x 2400 pixels). Embora muitos modelos básicos hoje em dia já tragam telas AMOLED, a tela IPS LCD deste aparelho é considerada ótima para o uso diário. A diferença para uma AMOLED é mais perceptível para usuários exigentes que estão acostumados com tecnologias mais recentes.

Uma característica apreciada é a representação das cores, especificamente o branco. Em telas IPS, o pixel branco é genuíno, ao contrário das telas AMOLED, que misturam RGB para gerar o branco, resultando em um tom ligeiramente diferente.

Outro ponto é o desbloqueio por digital, posicionado no botão power, o que é funcional e esperado para este segmento.

Áudio e Software

O dispositivo conta com suporte ao sistema de áudio **Dolby Atmos**, considerado um bom recurso. Além disso, ele inclui o **conector P2 (de fone de ouvido com fio)**, um ponto positivo para entusiastas do passado, visto que a remoção desse recurso em aparelhos mais caros não teve justificativa técnica sólida.

O sistema operacional vem com **Android 15** de forma bastante limpa. No entanto, há a presença de aplicativos pré-instalados, como Dimo, Hello Shopping e Hello You, que são softwares da própria Motorola.

Um ponto de crítica significativo é a inclusão de softwares de terceiros, como Kawai, TikTok, Booking.com, LinkedIn, Shopee, Facebook, entre outros. A instalação forçada desses aplicativos, sem opção de recusa, é algo que não deveria mais ocorrer em lançamentos recentes, mesmo que possam ser desinstalados posteriormente.

Desempenho e Memória

O processador é o **MediaTek LG81 Extreme**, construído em um processo de fabricação de **12 nanômetros**. Comparado a chips modernos (3 ou 4 nm), este processo é mais antigo, mas o desempenho geral do aparelho é elogiado por ser bastante fluido para as tarefas diárias.

A memória RAM é um ponto de atenção: o aparelho possui **4 GB de RAM física, complementados pelo RAM Boost (memória virtual)**, que utiliza parte do armazenamento interno para simular memória adicional (totalizando 8 GB na interface). É crucial entender que este não é o desempenho ou a eficiência de 8 GB reais de RAM; trata-se de uma memória swap que pode causar lentidão ao apagar arquivos de aplicativos em uso.

O armazenamento interno é de **256 GB**, o que é bastante generoso, especialmente considerando que o aparelho suporta expansão via cartão microSD. A crítica aqui reside na disparidade: por que 256 GB de armazenamento com apenas 4 GB de RAM física? Sugere-se que uma versão com 128 GB de armazenamento e 6 GB de RAM seria mais equilibrada para o custo/benefício atual.

O celular possui **Wi-Fi AC (Wi-Fi 5)**, padrão mais antigo, mas adequado para o porte do dispositivo. Contudo, ele não possui suporte a 5G, o que pode ser um fator decisivo de compra, considerando a vida útil esperada de um smartphone (2 a 3 anos).

Bateria

A capacidade da bateria é de **5200 mAh**, superior à média dos topos de linha atuais. Devido ao processador menos exigente e à tela LCD (que consome menos energia que uma AMOLED de alto brilho), a autonomia é excelente, durando facilmente um dia e meio ou mais.

O carregamento é de **18W**, classificado como rápido para este nível de dispositivo, embora seja considerado lento em comparação com os padrões atuais do mercado. O carregador está incluso na embalagem, o que é um ponto positivo.

Conclusão

O Moto G15 é um celular que cumpre o que promete dentro do segmento básico, oferecendo uma experiência fluida e uma excelente autonomia de bateria. Contudo, especificações como a falta de 5G e a configuração de RAM (4GB + virtual) levantam dúvidas sobre a longevidade do dispositivo daqui a dois ou três anos. Se o foco for apenas nas necessidades atuais, o aparelho atende bem.

Perguntas Frequentes

  • O que significa a certificação IP54 em um smartphone?
    Significa que o dispositivo possui proteção contra poeira (o 5 indica vedação parcial contra partículas sólidas) e contra respingos de água em qualquer direção (o 4).
  • Qual a principal diferença entre a tela IPS LCD e a AMOLED neste contexto?
    A tela IPS LCD é geralmente mais barata e oferece um branco mais puro, enquanto a AMOLED é mais tecnológica, mas pode ter cores ligeiramente diferentes e um custo de fabricação maior.
  • Por que a memória RAM virtual (RAM Boost) não substitui a RAM física?
    A memória RAM virtual utiliza o armazenamento interno como área de troca (swap). Ela não oferece a mesma velocidade e eficiência da memória RAM física, podendo causar lentidão ou travamentos em tarefas mais pesadas ou ao longo do tempo.
  • É recomendável comprar um celular sem suporte a 5G em 2025?
    Pode ser uma consideração importante, pois a rede 5G continua em expansão. A falta dela pode significar que o aparelho ficará obsoleto mais rapidamente em termos de conectividade, dependendo da cobertura na sua região nos próximos anos.
  • Qual o impacto do processo de fabricação do processador (nanômetros) no desempenho?
    Um número menor de nanômetros (ex: 3nm ou 4nm) indica um processo de fabricação mais moderno, resultando em maior eficiência energética e, geralmente, melhor desempenho em relação a processos mais antigos (como os 12nm deste chip).