Análise e Unboxing do Roteador Wi-Fi 7: TP-Link Archer BE550 (BE9300)
Este artigo detalha a experiência inicial com um roteador Wi-Fi 7 de última geração, que se destaca por seu design robusto e capacidades avançadas de rede. O dispositivo, conhecido como TP-Link Archer BE550 (ou BE9300), promete oferecer um salto significativo em performance e estabilidade de conexão sem fio.
Primeiras Impressões e Especificações
O roteador possui um visual marcante, que lembra um console de videogame, e logo de cara demonstrou potencial, atingindo velocidades próximas a 1 GB em testes iniciais de transferência de arquivos pela rede Wi-Fi, mantendo-se estável como uma conexão cabeada.
Este modelo é um dos principais roteadores Wi-Fi 7 disponíveis no mercado atualmente. Suas especificações incluem:
- Tecnologia: Wi-Fi 7 (802.11be).
- Bandas: Triband, operando em 2.4 GHz, 5 GHz e 6 GHz.
- Portas Ethernet: Portas de 2.5 Gbps. É possível agregar o link destas portas para atingir 5 Gbps.
- Mesh: Compatibilidade com o sistema EasyMesh da TP-Link, permitindo a criação de redes Mesh Wi-Fi 7 com outros roteadores compatíveis (incluindo modelos da linha Deco).
- Segurança: Integração com o sistema HomeShield da TP-Link.
- MLO (Multi-Link Operation): Tecnologia que combina várias bandas para alcançar velocidades teóricas de até 9214 Mbps (quase 10 Gbps), embora isso dependa do suporte dos dispositivos clientes.
Em relação às velocidades máximas por banda, as especificações apontam para:
- 6 GHz: Mais de 5 Gbps (5760 Mbps).
- 5 GHz: 2880 Mbps.
- 2.4 GHz: 574 Mbps.
É importante notar que, embora as frequências mais altas ofereçam maior velocidade, elas resultam em menor penetração do sinal, exigindo que o dispositivo esteja mais próximo do roteador.
O produto foi recentemente lançado no Brasil, custando aproximadamente R$ 1.500, e conta com homologação da Anatel e 5 anos de garantia.
Unboxing e Conteúdo da Caixa
Ao abrir a embalagem, o roteador se revela um equipamento robusto. O conteúdo da caixa inclui:
- O roteador principal.
- Uma fonte de alimentação grande.
- Um cabo de rede preto.
- Documentação, incluindo um guia de instalação rápida em português.
- Um cartão com as informações da rede padrão (SSID e senha).
- Uma pequena ferramenta de metal, semelhante à utilizada para ejetar a gaveta de chip de celulares, destinada a realizar o reset do roteador.
O design é elaborado, com recortes e aberturas na parte superior e inferior para garantir uma boa circulação de ar, o que é essencial, dado que ele abriga uma CPU quad-core.
Design e Controles Físicos
O aparelho possui seis antenas internas e utiliza a tecnologia Beamforming, que ajusta o direcionamento do sinal para os dispositivos que mais necessitam.
Na parte frontal, existem três botões:
- WPS: Para facilitar conexões.
- Botão Wi-Fi: Pressionar e segurar por 2 segundos desliga ou liga a rede Wi-Fi.
- Botão de Controle de LED: Para gerenciar a iluminação do roteador.
A parte traseira concentra as conexões:
- Quatro portas Ethernet de 2.5 Gbps (as portas LAN podem ser agregadas para formar 5 Gbps).
- Uma porta WAN de 2.5 Gbps.
- Uma porta USB 3.0 (Tipo A), que permite conectar um HD ou SSD para transformá-lo em um servidor de mídia local ou compartilhamento de arquivos (NAS).
- Um botão de reset.
- A conexão de alimentação.
- Uma trava física para ligar/desligar o roteador.
Ao ligar o aparelho, uma faixa de LED na frente exibe o status das conexões, iniciando com uma barra de progresso que sobe até a inicialização completa.
Configuração Inicial
Após ligar, o roteador cria três redes distintas no ar: uma normal, uma 5G e uma 6G. Ao tentar conectar um dispositivo, é notado o recurso de MLO (Multi-Link Operation), que sugere a conexão simultânea às redes 5G e 6G para otimizar a experiência.
A configuração é realizada de maneira simplificada através do aplicativo da TP-Link. O processo envolve conectar o roteador ao modem da operadora, definir o tipo de conexão (IP dinâmico, neste caso), e criar o nome (SSID) e senha das redes.
É possível definir nomes separados para as bandas 2.4 GHz, 5 GHz e 6 GHz, ou deixar que o roteador combine as redes 2.4 GHz e 5 GHz em um único SSID (Wi-Fi 6). Também foi configurado um agendamento de atualização de firmware.
No aplicativo, é possível ver as especificações de rede e gerenciar a função MLO, que unifica as bandas 5G e 6G em um único SSID para aproveitar ao máximo o Wi-Fi 7. Há também opções para criar redes de convidado e redes isoladas para dispositivos de IoT.
Testes de Desempenho
Foram realizados testes de velocidade para avaliar a performance do Wi-Fi 7 e dos recursos de rede local.
Teste de Internet (Download/Upload)
Com uma conexão de fibra de 600 Mbps (download) e aproximadamente 300 Mbps (upload), ao conectar um dispositivo na rede de 6 GHz (Wi-Fi 7), o roteador entregou a velocidade máxima disponível pela operadora, confirmando que, para a maioria dos usos de internet, o Wi-Fi 6 já é suficiente. A velocidade máxima foi obtida na banda de 6 GHz.
Teste de Rede Local (Transferência de Arquivos)
O principal interesse no Wi-Fi 7 é a performance na rede local, especialmente para transferências de grandes volumes de dados e baixa latência.
- Transferência entre Dispositivos Wi-Fi 7 (PC para PC): Ao copiar um arquivo de 30 GB entre dois computadores com capacidade Wi-Fi 7, conectados ao roteador, a transferência se mostrou extremamente estável, atingindo consistentemente 270 MB/s (aproximadamente 2.3 Gbps). Este resultado foi comparável à velocidade da conexão cabeada de 2.5 Gbps do próprio roteador, destacando a estabilidade da nova tecnologia sem fio.
- Transferência usando a Porta USB 3.0: Um SSD de 1 TB foi conectado à porta USB 3.0 do roteador para testar a funcionalidade de servidor de arquivos. A porta conectou-se ao roteador a 5 Gbps. No entanto, ao copiar um arquivo de 4 GB do SSD externo para um PC na rede, a velocidade média ficou em torno de 140 MB/s (cerca de 1.2 GB/s). Essa velocidade, embora acima de 1 GB/s, foi considerada um pouco decepcionante, visto que o potencial da porta é 5 GB/s e a expectativa era de uma velocidade superior ao que o Wi-Fi 6 já entregava.
- Impacto do Modem Cliente: Foi notável a diferença no desempenho dependendo do dispositivo cliente. Ao testar a cópia de arquivos entre o SSD conectado e um tablet com modem Qualcomm Fast Connect 7800, o resultado foi inconsistente, variando entre 1.2 Gbps e 2.1 Gbps em momentos diferentes. Já em um setup com modem Intel Killer Wi-Fi 7 (Intel Core Ultra 9), o desempenho se manteve estável no topo da capacidade da porta LAN (2.5 Gbps). A conclusão é que o tipo de modem presente no dispositivo cliente influencia drasticamente a performance.
- Teste de Rede Wi-Fi 7 (6 GHz) vs. Wi-Fi 6 (5 GHz): Ao conectar o dispositivo de teste na rede Wi-Fi 6 (combinação de 5 GHz e 2.4 GHz, conforme a configuração sugerida), a velocidade se manteve limitada pela conexão de internet física (600 Mbps), reforçando que o benefício real do Wi-Fi 7 (e sua maior velocidade) é percebido exclusivamente na banda de 6 GHz, em ambientes de rede local com tráfego intenso.
Conclusão Inicial
As primeiras impressões indicam que o Wi-Fi 7 no Archer BE550 é um avanço significativo, especialmente para ambientes onde a rede sem fio precisa lidar com arquivos pesados. A latência é quase idêntica à cabeada, e a estabilidade nas transferências de grandes volumes de dados via 6 GHz é notável. Além disso, a capacidade de criar redes mesh Wi-Fi 7 e usar a porta USB como um servidor de mídia são diferenciais importantes.
Perguntas Frequentes
- Como configurar o MLO (Multi-Link Operation) neste roteador?
O MLO é uma funcionalidade do Wi-Fi 7 que combina as bandas 5 GHz e 6 GHz em um único SSID. Geralmente, ele é habilitado automaticamente ou pode ser ativado nas configurações avançadas de rede sem fio no aplicativo de gerenciamento do roteador. - O que é necessário para aproveitar a velocidade máxima do Wi-Fi 7?
Para usufruir da velocidade máxima do Wi-Fi 7, tanto o roteador quanto os dispositivos clientes (smartphones, notebooks, etc.) precisam suportar o padrão 802.11be e operar na frequência de 6 GHz. - Qual a utilidade da porta USB 3.0 em um roteador Wi-Fi 7?
A porta USB 3.0 permite conectar dispositivos de armazenamento como SSDs ou HDs externos. Você pode configurar o roteador para criar um servidor de arquivos (NAS) ou FTP, permitindo acesso a esses dados de forma segura pela rede local. - Por que a velocidade de transferência via porta USB não atingiu 5 Gbps no teste?
A velocidade final na rede local ao usar o USB depende de vários fatores, incluindo o protocolo de compartilhamento (Samba ou FTP), a capacidade de processamento do roteador para gerenciar o tráfego e, crucialmente, o modem Wi-Fi presente no dispositivo cliente que está recebendo o arquivo. - Qual a diferença prática entre usar 6 GHz e as bandas combinadas (Wi-Fi 6)?
A banda de 6 GHz oferece a maior velocidade e menor latência, mas tem menor alcance. As bandas combinadas (como visto no modo Wi-Fi 6) são mais estáveis para cobrir áreas maiores, mas a velocidade máxima será limitada pela capacidade da banda utilizada.






