Pixel Watch 4: Uma Análise Detalhada de Hardware e Inovações de Software
O Pixel Watch 4 chega ao mercado com uma proposta robusta, repleto de funcionalidades que o posicionam como um dos *smartwatches* Android mais interessantes atualmente. Após um mês de uso, ainda parece haver um potencial inexplorado, em parte devido à necessidade de se acostumar com a nova interface do usuário (UI) e as novas tecnologias embarcadas.
As novidades incluem uma nova assistente de voz com Gemini, que se mostrou significativamente superior, e a introdução de um *health coach* (treinador de saúde) integrado. O maior desafio inicial é, sem dúvida, lembrar-se da existência e utilizar esses novos recursos.
Excelência nos Fundamentos e Vantagem Google
É seguro afirmar que o Pixel Watch 4 domina os aspectos básicos de um *smartwatch*. A Google não estaria no mercado sem um produto que competisse com os líderes em rastreamento de fitness, precisão de saúde, performance e, claro, aproveitando a vantagem de ser um produto nativo do ecossistema Google, garantindo uma integração perfeita com o Wear OS.
No entanto, muitas dessas inovações não são exclusivas desta geração. O que realmente eleva o Pixel Watch 4 é a combinação de hardware e software renovados. O *display*, o processador e outros componentes são totalmente novos este ano, representando, segundo a própria Google, o maior avanço no Pixel Watch até agora. Embora o preço de $350 não seja baixo, ele é considerado justo pelo que é oferecido.
Entre os destaques de hardware, temos:
- GPS de banda dupla (Dualband GPS): Para um rastreamento de localização mais preciso.
- Conectividade via satélite: Permite o envio de mensagens mesmo quando completamente fora da rede e sem o telefone.
Essas são funcionalidades tipicamente encontradas em *smartwatches* muito mais caros, que podem custar cerca de $700.
Design e Construção
O design do relógio é considerado mais universalmente atraente, não se limitando à estética puramente esportiva. O modelo analisado é a versão de 41mm, que se adapta melhor a diversos pulsos, embora também exista uma opção de 45mm.
À primeira vista, o Pixel Watch 4 se assemelha ao modelo do ano anterior, mas o *display* agora apresenta uma curvatura contínua e sutil, proporcionando uma visão que parece cobrir 180° de qualquer ângulo. A tela é extremamente brilhante, facilitando a leitura sob luz solar direta.
Uma preocupação inicial com a tela ser totalmente de vidro, sem bordas proeminentes, era a possibilidade de arranhões ou rachaduras. De fato, já foi notado um arranhão visível no centro da tela, mesmo sem maltratar o dispositivo.
Um ponto positivo, no entanto, é a facilidade de reparo. Em caso de tela quebrada ou bateria danificada, a Google projetou o relógio para ser reparado em uma assistência técnica (não sendo recomendado tentar reparos caseiros), trocando-se componentes como o *display* ou a bateria.
A única queixa sobre o design é o sistema de pulseiras, que é considerado complicado de usar, exigindo apertar e deslizar para trocar. Felizmente, essa operação é necessária apenas durante a configuração inicial.
Duração da Bateria e Carregamento Rápido
A bateria recebeu um aumento bem-vindo. A Google alega até 30 horas de duração, e foram consistentemente alcançadas essas 30 horas de uso.
Entretanto, há um “truque”: ao atingir 15% de carga, o relógio ativa automaticamente o modo de baixo consumo de energia (low power mode) sem solicitar permissão. Isso desativa o *always on display*, atrasa notificações e impede o rastreamento de atividade em segundo plano, tornando as últimas horas de bateria menos funcionais.
A grande vantagem é a velocidade de recarga. A Google afirma que ele carrega de 0% a 100% em uma hora, mas na prática, o carregamento de 0% a 100% foi concluído em apenas 40 minutos. Além disso, 15 minutos no carregador fornecem cerca de 60% de carga, o que é extremamente conveniente para quem deseja usar o rastreamento de sono antes de dormir.
Novos Recursos de Software: Gemini e Fitbit Coach
O Pixel Watch 4 integra o Gemini, a nova assistente de voz da Google. Uma melhoria notável é a introdução do recurso “levantar para ativar” (*raise to wake*), eliminando a necessidade de forçar a ativação da assistente.
O aspecto negativo do “levantar para ativar” é que gestos acidentais podem fazer com que o assistente se ative e se intrometa em conversas desnecessariamente.
O Gemini também se estende ao ecossistema de saúde através do que a Google chama de Coach, incorporado ao aplicativo Fitbit. Este recurso analisa dados de saúde e hábitos do usuário.
Em termos de saúde, o Pixel Watch 4 oferece:
- ECG (Eletrocardiograma).
- Detecção de ritmo cardíaco irregular.
- Alertas de queda e colisão.
- Funcionalidade de detecção de perda de pulso aprovada pela FDA.
A força real do Pixel Watch reside no ecossistema Fitbit. A interface é fácil de entender e traduz os dados em informações digestíveis, visíveis tanto no aplicativo quanto no relógio. Relatórios matinais com pontuações de prontidão (*readiness score*) e sono são apreciados, apesar de serem, às vezes, “deprimentes”.
O Novo Aplicativo Fitbit e o Coach
Pequenos detalhes na UI, como a exibição das zonas de frequência cardíaca mudando de cor para coincidir com a zona de treinamento atual, facilitam a visualização rápida sem a necessidade de navegar por múltiplas telas.
O aplicativo Fitbit está sendo redesenhado (atualmente em *beta* e com lançamento previsto para o próximo ano). Uma mudança imediata é a apresentação dos dados de fitness em uma visão semanal, em vez de focar apenas no dia a dia, o que é visto como uma perspectiva mais realista, especialmente para dias de treino pulado.
A principal mudança que exige o pagamento da assinatura Fitbit Premium ($10/mês) é o Coach, um *chatbot* de IA integrado a todo o aplicativo Fitbit. Ele visa traduzir dados de saúde em *feedback* acionável para gerar resultados.
Para começar a usar o Coach, é preciso passar por uma série de perguntas sobre metas, equipamentos e comprometimento de tempo. Após o preenchimento, ele gerou um plano de treino personalizado. É possível replicar algo similar usando a versão gratuita do Gemini no celular, mas o Coach tem a vantagem de acessar dados de saúde e hábitos.
O Coach pode sugerir a “janela ideal de treinamento” com base nos dados de sono e na pontuação de energia do dia. Diferente do Gemini, que pode ser invocado a qualquer momento no relógio, o Coach parece ser mais passivo, acessível apenas pelo aplicativo.
É importante notar que o Coach não fornece informações médicas, e quando testado com perguntas intencionais, ele aconselhou a consultar um médico, o que é positivo. No entanto, há preocupações de privacidade ao dar acesso a todos os dados de saúde ao Gemini. O Coach está em *beta* e deve melhorar à medida que coleta mais *feedback* e se adapta aos hábitos do usuário.
Conclusão
Após um mês de uso, o Pixel Watch 4 se estabelece como uma escolha sólida se você busca um *smartwatch* Android que execute todas as funções bem. Se a Google acertar o desenvolvimento do recurso Coach, ele pode ser o toque final em um pacote já muito bem equilibrado.
Perguntas Frequentes
- O que há de novo no hardware do Pixel Watch 4?
O dispositivo conta com um novo *display*, um novo processador, GPS de banda dupla e conectividade via satélite para mensagens fora da rede. - Qual a duração real da bateria?
Atinge consistentemente as 30 horas prometidas, mas ativa um modo de baixo consumo de energia ao atingir 15% de carga. Ele carrega muito rapidamente, chegando a 60% em 15 minutos. - Como funciona o assistente Gemini no relógio?
O Gemini é a nova assistente de voz integrada e agora pode ser ativado apenas levantando o pulso (*raise to wake*), embora isso possa causar ativações acidentais. - O que é o Fitbit Coach e qual o custo?
O Coach é um *chatbot* de IA que analisa seus dados de saúde e hábitos para fornecer *feedback* acionável e planos de treino. Seu uso requer a assinatura paga do Fitbit Premium. - É possível consertar o Pixel Watch 4 facilmente?
Sim, o relógio foi projetado para ser fácil de reparar, permitindo a troca de componentes como tela e bateria em oficinas autorizadas.
