Análise Completa do Realme P4: Vale a Pena no Segmento de 20k?
O Realme P4 foi lançado na Índia por 18.500 rúpias, podendo ser adquirido por 16.000 com descontos bancários. Após utilizarmos o aparelho por uma semana, este artigo detalha se ele representa a melhor opção na faixa dos 20 mil, como ele se compara a concorrentes como o Oppo K13, e quais possíveis *downgrades* os usuários devem estar cientes. Abordaremos os pontos positivos e negativos da experiência geral.
Design e Construção
O P4 apresenta um visual significativamente diferente do seu antecessor, o P3. Na traseira, há três círculos de câmera alinhados de forma semelhante ao Realme 15 Pro. Curiosamente, o módulo da câmera lembra o design do que seria o vindouro iPhone 17 Pro.
Um detalhe de design notável é a cor laranja vibrante exposta no canto, que confere um toque interessante, e essa mesma cor é aplicada ao botão de energia. Embora pareça um efeito 3D à primeira vista, o acabamento é liso, um toque bem-vindo. A unidade testada é na cor *steel gray*, mas há mais duas opções de cores disponíveis.
Apesar de a moldura e a traseira ainda serem feitas de plástico, a sensação ao segurar o telefone é muito boa, talvez até superior à do Realme P3. O aparelho é bastante fino, com 7,58 mm de espessura, e pesa apenas 185 gramas, o que é notável considerando sua bateria massiva de 7.000 mAh.
Em termos de resistência, ele possui certificação IP65 e IP66, o que não é tão sofisticado quanto a do P3, mas ainda cumpre sua função. A tela é protegida pela proteção TT Star D+, que lida bem com quedas. Um ponto positivo é que o aparelho vem com um protetor de tela já aplicado e uma capa na caixa. A capa, embora bonita com seu padrão, pode deixar marcas no telefone.
Foi notado que, diferentemente do P3, onde o painel traseiro apresentava um leve espaço vazio perceptível, no P4 essa folga não existe. Além disso, a caixa inclui um carregador de 80W com um cabo USB Tipo A para Tipo C, que carrega o telefone de 10% a 100% em apenas 1 hora e 8 minutos, um tempo excelente.
Tela e Multimídia
O dispositivo conta com uma tela plana de 6,77 polegadas, com taxa de atualização de 144 Hz e pico de brilho de 4500 nits. Há suporte adequado a HDR10+, recurso que estava ausente no P3. O aparelho também oferece som estéreo com separação de 7030.
As bordas são finas, especialmente nas laterais, e há um scanner de impressão digital óptico na parte inferior que funciona bem. Em nossos testes, o display se mostrou muito brilhante mesmo sob luz solar direta e foi confortável para os olhos durante o uso noturno. A experiência multimídia foi sólida em comparação com o P3, com cores reproduzidas melhor e maior brilho.
Sobre a taxa de atualização: a interface do telefone roda a 120 Hz, enquanto aplicativos como Gmail e YouTube utilizam 90 Hz. A taxa máxima de 144 Hz é aproveitada principalmente durante os jogos.
Desempenho e Jogos
O desempenho traz uma particularidade interessante: o telefone utiliza dois processadores. O principal é o **Dimensity 7400 Ultra**, acompanhado de 6GB de RAM LPDDR4X e 128GB de armazenamento UFS 3.1 na variante base. Adicionalmente, há o chip **Hypervision AI** projetado para aprimorar a experiência de jogos e melhorar a aparência do conteúdo na tela.
Apesar da presença do chip de IA, ele faz pouca diferença na experiência multimídia. Nos *benchmarks*, o telefone não pontua melhor que o Realme P3 no AnTuTu e Geekbench. Contudo, no 3DMark, ele fica ligeiramente à frente do P3 e do Oppo. Em comparação com dispositivos como o Poco X7, CMF Phone 2 Pro e H60 Fusion, ele pontua melhor graças ao armazenamento UFS 3.1.
No quesito jogos:
* **PGMI** roda a 90 FPS sem problemas, com uma média de 89.1 FPS em sessões de 10 a 15 minutos.
* **COD Mobile** também manteve a jogabilidade fluida, sem *frame drops*, com médias de FPS consistentes e temperatura não ultrapassando 40°.
* **Genshin Impact** mostrou os limites do aparelho, com uma média de apenas 37 FPS.
* Em **Buddhaves**, os números de FPS foram muito baixos em lutas intensas, tornando a jogabilidade apenas aceitável.
Ao ativar os recursos de jogos, como a opção de *boost* de taxa de quadros (que força 144 FPS):
* Em PGMI, alcançou 144 FPS no modo *Smooth Plus Extreme Plus* e 120 FPS em *HDR Plus Ultra*. A jogabilidade foi muito suave em ambas as configurações.
* Em COD Mobile, atingiu 144 FPS mesmo nas configurações *Very High Plus Max*.
* Em Genshin Impact, o telefone tentou ultrapassar 100 FPS, mantendo-se entre 60 e 70 FPS.
* Em Buddhaves, o jogo se tornou jogável, com FPS variando entre 40 e 50.
O software oferece vários recursos para jogos, como *Always On HDR* (que aplica HDR artificialmente), *AI Gaming Coach* e as funcionalidades padrão como bloqueio de chamadas, ajuste de energia (*power tuning*), trocador de voz e carregamento de *bypass*.
Em resumo, em termos de desempenho e jogos, o P4 entrega um bom custo-benefício, com os recursos extras de jogo agregando valor à experiência.
Uso Diário e Software
No uso diário, o telefone é bem fluido, com animações de abertura de aplicativos adequadas. Como aparelho principal, ele lidou bem com chamadas, WhatsApp, navegação em redes sociais, videochamadas e uso do Google Maps. O gerenciamento de RAM é bom; em um teste, uma foto tirada no Snapchat permaneceu pronta para envio no dia seguinte. Não houve grandes problemas ou “bandeiras vermelhas” no uso cotidiano.
A experiência de software foi um destaque positivo. O dispositivo roda **Realme UI 6.0 baseado no Android 15**, prometendo três atualizações de sistema operacional e quatro anos de patches de segurança. Felizmente, o *bloatware* está significativamente reduzido em comparação com o P3, e todos os aplicativos pré-instalados podem ser desinstalados.
A tela de bloqueio de vidro (*glass lock screen*) vem ativada por padrão, mas pode ser desabilitada. Outra mudança bem-vinda é a inclusão do *Realme Dialer*, o que significa o fim dos anúncios de gravação de chamadas. O software também incorpora diversas funcionalidades de IA, e o *AI Edit Genie* foi corrigido.
Bateria
A autonomia de bateria proporcionou entre 8 a 9 horas de Tela Ligada (*Screen-On Time – SOT*) durante o uso. O dreno de bateria durante a noite foi de 2% a 3%. Para um aparelho com 7.000 mAh, este resultado está alinhado com o esperado para outros telefones na categoria. O fato de carregar rapidamente com o carregador incluso também é um ponto forte. O dispositivo também suporta carregamento reverso de 10W, útil em emergências.
Câmeras
As câmeras principal e de selfie são as mesmas encontradas no P3. Não há Estabilização Óptica de Imagem (OIS), mas agora o telefone inclui uma câmera **ultra-wide de 8 MP**, o que é uma adição positiva. O terceiro ponto preto no módulo de câmera é o *Eye Blaster* (provavelmente um sensor de profundidade ou auxiliar).
As fotos tiradas com a câmera principal tendem a ser saturadas, um pouco “oníricas” e não totalmente fiéis às cores reais. Em baixa luz, as fotos são razoavelmente boas e decentes. As fotos ultra-wide do sensor de 8 MP são satisfatórias, com pouca diferença de cor em relação à principal, mas com detalhes mais fracos.
Os vídeos são limitados a 4K a 30 FPS apenas na câmera principal. Embora o resultado pareça bom estaticamente, ao mover a câmera é possível notar *shifts* de cor e a estabilidade não é excelente.
Em comparação com o recém-lançado Moto G96, as câmeras são ajustadas de maneira diferente: o Moto foca no naturalismo, enquanto o Realme tenta um visual mais atraente, embora a diferença em detalhes seja pouca. Em retratos e assuntos humanos, o Realme se mostrou inconsistente, especialmente com luz de fundo, enquanto o Moto lida melhor com isso, embora o desfoque no Moto pareça um pouco mais artificialmente intenso.
Embora este seja um telefone focado em desempenho, o conjunto de câmeras (principal e ultra-wide) é considerado decente e melhor do que o esperado inicialmente.
Conectividade e Preço
Em termos de conectividade, não houve problemas de rede utilizando o SIM Jio, com suporte a 10 bandas 5G, Wi-Fi 6, Bluetooth 5.4 e dual SIM. A porta é USB Tipo-C 2.0. No entanto, **não há slot para cartão Micro SD nem NFC**.
O Realme P4 possui três variantes disponíveis. Em geral, pelo preço de lançamento, o dispositivo oferece um bom processador com muitos recursos de jogo, uma tela nítida de 144 Hz com suporte a HDR, uma bateria grande com carregamento rápido e um conjunto de câmeras decente. A experiência de software também é mais limpa desta vez, incorporando recursos de IA.
Comparado a outros concorrentes como o OPPO K13, CMF Phone 2 Pro, Moto G96 e G86 Power, este telefone apresenta pontos fortes notáveis, configurando-se como um aparelho bem balanceado na faixa dos 20 mil, que pode se tornar ainda mais atraente com ofertas.
