Análise Detalhada do Poco M7 Pro 5G: Custo-Benefício de Entrada com 5G
Estamos analisando o Poco M7 Pro 5G, um modelo de entrada que se destaca por oferecer conectividade 5G, uma ausência notável em gerações anteriores. Como é característico da marca, este aparelho busca um excelente custo-benefício, embora, por ser um modelo básico, existam certas concessões que o usuário precisa estar ciente.
Design e Construção
O aparelho é construído inteiramente em plástico, sem componentes metálicos visíveis, o que é esperado em sua categoria. As bordas são consideradas agradáveis, e o modelo vem com Gorilla Glass 5 na tela. É importante notar que a Xiaomi, felizmente, manteve o costume de incluir uma película protetora e uma capa no pacote, oferecendo um kit inicial razoavelmente completo. A capa inclusa possui um design que a fixa bem ao corpo do dispositivo.
Sobre o design, houve um debate entre os envolvidos:
- Uma opinião o classificou como “bem básico”.
- Outra opinião discordou, dizendo que “não é feio”.
A percepção geral é que o design é funcional. Ao ser comparado metaforicamente a um carro, foi classificado como um “Toyota Etios”: extremamente funcional e durável, mas considerado visualmente pouco atraente. Esse design é visto como definitivo: ou se gosta, ou não. Diferentemente de outras marcas que tendem a ter um visual mais neutro e padronizado, este Poco possui uma identidade visual mais polarizadora.
Funcionalidades Adicionais e Construção Interna
O aparelho possui certificação de resistência a água e poeira IP64. Embora isso signifique que ele aguenta gotas calculadas, o uso deve ser cauteloso.
Um ponto positivo notável para um modelo de entrada é a presença de um conector de fone de ouvido P2, algo que tem se tornado raro. Embora a qualidade do som seja classificada como “OK”, não se compara aos lendários sons dos iPhones via P2, mas oferece mais versatilidade.
Outra característica muito bem-vinda é a inclusão de dois slots para chip, com suporte para cartão microSD. Isso é um diferencial em relação a muitos concorrentes e até mesmo modelos topo de linha mais antigos, permitindo expansão de armazenamento sem sacrificar um SIM card.
O aparelho também conta com NFC (dependendo da região de compra), todos os sistemas de GPS disponíveis e, em algumas versões, até rádio FM. Além disso, possui um emissor infravermelho, útil para controlar TVs e aparelhos de ar condicionado.
Tela
A tela é uma unidade de 6.67 polegadas, utilizando a tecnologia de 120 Hz com resolução Full HD estendido e suporte a HDR10 Plus, recursos que só começaram a aparecer em modelos mais básicos de outras plataformas recentemente.
É importante ressaltar que, por ser um modelo de entrada, a taxa de atualização não é adaptativa do tipo LTPO (como 30/60/90/120 Hz). O usuário terá que escolher entre 120 Hz ou 60 Hz, o que impacta diretamente o consumo de bateria quando 120 Hz estiver ativo.
Apesar de ser uma tela básica, o brilho máximo alcança picos de mais de 2000 nits, um nível que antes era restrito a flagships. Isso melhora a visibilidade sob luz solar, embora o sistema possa reduzir o brilho se superaquecer.
Desempenho e Chipset
O processador é o MediaTek Dimensity 7250 Ultra, fabricado em litografia de 6 nanômetros. É um chip da linha 7000, posicionando-se abaixo do Dimensity 8000 encontrado no Poco X7 Pro.
A arquitetura do chip utiliza núcleos mais antigos:
- Cluster de baixo desempenho: Seis núcleos baseados no Cortex A55 (com cerca de 2 GHz).
- Cluster de alto desempenho: Dois núcleos baseados no Cortex A78.
Embora a CPU seja funcional, o ponto fraco é a GPU: IMG BXM-8-256. Ela é descrita como tendo “potência limitada”, mais adequada para carregar a interface e decodificar vídeos do que para jogos pesados. Jogos mais exigentes, mesmo com a tela em 120 Hz, não terão bom desempenho.
O aparelho roda com HyperOS 2.0 (baseado no Android 14 no momento da análise).
Memória e Armazenamento
As opções de armazenamento partem de 128 GB até 512 GB. No que diz respeito à memória RAM, o modelo de entrada começa com 6 GB, sendo uma notícia positiva, pois elimina as versões problemáticas de 4 GB. Existem configurações de 8 GB e 12 GB.
A quantidade de RAM superior (como 12 GB) é questionada para um dispositivo básico, pois o poder de processamento (CPU/GPU) não será suficiente para aproveitar essa memória em cenários intensos, como em softwares complexos de edição. Para uso comum, 6 GB ou 8 GB são mais do que suficientes.
Câmeras
O conjunto traseiro é composto por duas lentes:
- Uma câmera principal de 50 megapixels.
- Um sensor de profundidade de 2 megapixels.
A câmera principal de 50 MP é considerada “OK” para fotos em boas condições de luz, mas o dispositivo não filma em 4K. O sensor de 2 MP existe majoritariamente para oferecer a opção de “modo retrato” de forma simulada, já que o software atual já consegue fazer bons recortes sem depender de uma lente de profundidade dedicada. A qualidade da câmera frontal, com 20 megapixels, é considerada aceitável, evitando a vergonha das gerações anteriores.
Bateria e Carregamento
A capacidade da bateria é de 5100 mAh. O carregamento suportado é de 45W, utilizando o padrão mais recente da Xiaomi. É ressaltado que a marca costuma ter carregamentos rápidos sem causar superaquecimento excessivo ou degradação rápida da bateria.
Considerações Finais sobre Custo-Benefício
O preço médio de mercado encontrado para o modelo básico foi em torno de R$ 1000 (na época da análise), o que foi considerado um excelente negócio, especialmente pela inclusão do 5G.
Embora seja um aparelho de entrada, ele oferece especificações fortes para a faixa de preço, como 5G, 120 Hz na tela e 6 GB de RAM como base.
A principal ressalva é a longevidade de atualizações: a promessa de 2 anos de atualizações de sistema pode ser insuficiente se o usuário planeja usar o celular por 4 ou 5 anos, pois o modelo ficará desatualizado rapidamente em termos de software.
Em resumo, o Poco M7 Pro 5G é considerado um aparelho básico e acessível, com um equilíbrio bem pensado entre os recursos oferecidos e seu preço.
