As Decisões Controvertidas da Xiaomi no Redmi Note 14 Pro Plus
Existem certas decisões tomadas pela Xiaomi que geram bastante questionamento, especialmente quando um novo lançamento parece retroceder em especificações em comparação com gerações anteriores. Estamos analisando o Redmi Note 14 Pro Plus, um aparelho que, apesar de ser um lançamento recente, apresenta algumas regressões técnicas que chamam a atenção, principalmente quando comparado ao seu antecessor, o Redmi Note 13 Pro Plus.
Ao compararmos o 14 Pro Plus com modelos como o 13 Pro Plus ou até mesmo o Poco X6 Pro, percebemos que o novo dispositivo perde em aspectos cruciais de desempenho interno, o que dificulta entender a estratégia da empresa. Conhecer essas informações técnicas é fundamental para fazer uma escolha de compra informada, sabendo exatamente o que foi mantido, o que foi removido e o que foi adicionado.
Neste artigo, vamos detalhar essas decisões e o impacto delas no uso diário.
Análise do Redmi Note 14 Pro Plus: O Posicionamento
O Redmi Note 14 Pro Plus é um celular com acabamento premium, traseira em vidro e certificação IP68. Ele possui uma câmera principal de 200 megapixels. O foco principal deste aparelho parece ser um bom desempenho geral, mas priorizando a qualidade de construção e as câmeras, sem ser um “flagship” puro em performance.
No entanto, o grande ponto de polêmica reside nos componentes internos que foram “capados” em relação à geração anterior.
As Regressões Técnicas Internas
A Xiaomi fez duas reduções significativas de especificações no 14 Pro Plus em relação ao Redmi Note 13 Pro Plus:
1. Memória de Armazenamento (UFS): O Redmi Note 13 Pro Plus utilizava memória UFS 3.1. O novo 14 Pro Plus foi lançado com UFS 2.2.
2. Memória RAM: O antecessor utilizava memória RAM LPDDR5X, que foi reduzida para LPDDR4X no 14 Pro Plus.
É difícil entender por que um aparelho sucessor apresentaria essas reduções. Essas mudanças afetam diretamente a velocidade do dispositivo, impactando o tempo de abertura de aplicativos, a velocidade de processamento de fotos e a resposta geral do sistema, já que o acesso à memória é mais lento.
Embora o 14 Pro Plus venha equipado com o processador Snapdragon 7 SG3, que é um bom chip, e as fotos pareçam ligeiramente melhores que as do 13 Pro Plus, essas reduções nos componentes de memória prejudicam a experiência no dia a dia. É como comprar um carro novo com um motor menos potente e mais simples que o modelo anterior, sem que a empresa anuncie essa mudança.
Comparação com Outros Modelos
Ao olharmos para outros aparelhos da linha, a inconsistência fica ainda mais clara:
* O Poco X6 Pro utiliza memória UFS 4.0 (uma das mais rápidas do mercado) e LPDDR5X.
* O próprio Redmi Note 13 Pro Plus já contava com UFS 3.1 e LPDDR5X.
Enquanto o Galaxy S24 Ultra usa UFS 4.0, o Poco X6 Pro, sendo um aparelho mais acessível, oferece tecnologias de memória superiores ao 14 Pro Plus.
Em termos de custo-benefício, o Poco X6 Pro, por um preço significativamente menor (aproximadamente R$ 1.000 a menos na época da análise), entrega muito mais desempenho devido a essas especificações de memória.
As Diferenças Inexplicáveis na Versão Indiana
Para fechar o pacote de decisões questionáveis, a versão indiana do Redmi Note 14 Pro Plus apresenta diferenças notáveis, muitas delas superiores à versão global.
Comparando a versão Indiana com a Global:
* Resistência à Água: A versão indiana possui certificação IP69, superior ao IP68 da versão global.
* Bateria: A versão indiana conta com uma bateria maior de 6200 mAh (utilizando a tecnologia silício carbono), enquanto a global tem 5110 mAh. A versão indiana tem carregamento de 90W, contra 120W na global (a redução do carregamento na versão indiana é justificada pela tecnologia de bateria mais nova).
* Câmeras: A versão indiana possui uma câmera principal de 50 megapixels e inclui uma lente telefoto, enquanto a versão global tem 200 MP principal e a lente secundária é ultrawide. O setup de câmeras da versão indiana é considerado superior.
* Armazenamento: A versão indiana pode ter memória UFS 3.1 ou 2.2, o que é, em alguns casos, melhor que a UFS 2.2 fixa na versão global.
É difícil justificar por que a empresa lança uma versão em outro mercado com especificações melhores e mantém uma versão global com cortes, especialmente quando se rebaixa a tecnologia de memória em relação à geração anterior.
Conclusão e Alternativas
O Redmi Note 14 Pro Plus não é um celular ruim. Ele possui um bom acabamento, proteção Gorilla Glass Victus 2, tela AMOLED de 120 Hz com HDR10 Plus e um som muito elogiável. No entanto, ele não deveria ter os cortes de componentes internos que possui.
Quando colocamos na balança o custo-benefício, alternativas como o 13 Pro Plus (mais barato e com componentes de memória melhores) ou o Poco X6 Pro (muito superior em desempenho e também mais em conta) se tornam opções muito mais atraentes. O Poco X7 Pro também surge como um concorrente forte, com desempenho elevado e até mesmo incorporando a tecnologia de silício carbono na bateria.
A expectativa é que o preço do 14 Pro Plus caia consideravelmente para que se torne uma compra interessante, ou que a empresa reveja essas decisões.
Perguntas Frequentes
- O que significa a diferença entre UFS 3.1 e UFS 2.2?
UFS (Universal Flash Storage) é o padrão de memória de armazenamento. Versões mais altas, como a 3.1, oferecem velocidades de leitura e escrita significativamente maiores, resultando em abertura mais rápida de aplicativos e melhor desempenho geral do sistema comparado a versões inferiores como a 2.2. - Qual a vantagem da memória LPDDR5X sobre LPDDR4X?
LPDDR (Low Power Double Data Rate) refere-se à memória RAM. A LPDDR5X é mais moderna e rápida que a LPDDR4X, permitindo que o sistema acesse e processe dados mais rapidamente, o que é crucial para multitarefas e operações intensivas. - O que é a tecnologia de bateria silício carbono?
É uma tecnologia mais moderna de bateria que utiliza materiais à base de silício e carbono. Isso permite que a bateria armazene mais energia no mesmo espaço físico (maior densidade energética) e tende a ter maior durabilidade, embora possa ter restrições temporárias em velocidades de carregamento muito altas, como visto na versão indiana do aparelho. - Por que a versão Indiana do aparelho tem câmeras diferentes da versão Global?
Muitas vezes, as fabricantes ajustam as especificações dos aparelhos para diferentes mercados com base na demanda local, regulamentações ou estratégia de segmentação de preços. No caso específico, a versão indiana recebeu uma configuração de câmera com lente telefoto, ausente na versão global. - É possível um celular mais novo ter especificações piores que o antecessor?
Sim, embora seja incomum e gere críticas, isso pode ocorrer quando o foco do fabricante muda (ex: priorizar acabamento ou câmera em detrimento do desempenho bruto da memória) ou como uma forma de reduzir custos de produção do novo modelo.






